O Benfica, tetracampeão nacional de futebol, procura continuar a reescrever a sua história de sucesso e conquistar um inédito quinto título consecutivo, mas antes o treinador Rui Vitória terá de refazer uma defesa desmantelada por três transferências milionárias.
Apesar de terem deixado nos cofres da Luz mais de 100 milhões de euros, as saídas do guarda-redes de Ederson (Manchester City), do central Lindelof (Manchester United) e do lateral direito Nélson Semedo (FC Barcelona) abriram um ‘buraco’ no setor defensivo que ainda não foi devidamente preenchido.
Os jogos de pré-época têm colocado em evidência as fragilidades do setor mais recuado da equipa benfiquista, que sofreu 14 golos, em seis jogos de preparação, ‘encaixando’ cinco em duas ocasiões, frente aos suíços do Young Boys (5-1) e aos ingleses do Arsenal (5-2).
No total, e tendo como adversários mais cotados os ‘gunners’ e os alemães do Leipzig – com os quais saiu derrotado por 2-0 -, o Benfica perdeu quatro jogos e venceu apenas dois, frente aos suíços do Neuchâtel Xamax (2-0) e aos espanhóis do Betis (2-1).
Aos 36 anos, o ‘capitão’ Luisão parece cada vez mais imprescindível no centro da defesa ‘encarnada’, podendo mesmo iniciar o campeonato como o jogador benfiquista mais titulado, caso vença a Supertaça, conquistando o 20.º troféu com a camisola do clube lisboeta.
O tetracampeão nacional investiu menos de 5% do valor que recebeu pelas transferências de Ederson, Lindelof e Nélson Semedo, e, ainda assim, os nomes mais sonantes surgiram para o meio-campo e o ataque, pelo que é provável que o Benfica reforce a defesa até ao fecho do mercado.
O avançado suíço Seferovic, contratado ao Eintracht Frankfurt a custo zero, é o único reforço que parece capaz de integrar o ‘onze’ de Rui Vitória, ao lado do ‘incontornável’ Jonas, ao ponto de condenar mais uma vez o mexicano Raul Jiménez ao banco de suplentes, beneficiando também da lesão de Mitroglou.
Krovinovic (ex-Rio Ave) e Chrien (ex-Plzen) não parecem capazes de, no imediato, desalojarem nenhum dos habituais titulares do meio-campo benfiquista e Chris Willock, contratado com alarido ao Arsenal, enfrenta concorrência ainda mais feroz na lateral do ataque.
A jovem promessa inglesa tem à sua frente os ‘consagrados’ Salvio, Cervi, Rafa, e até mesmo Zivkovic, uma das surpresas positivas da época passada, e Carrillo, enquanto Pizzi mantém-se como o ‘cérebro’ e Fejsa como o ‘músculo’ do setor intermediário.
O treinador do Benfica, que conduziu o clube à conquista dos dois últimos títulos, já se mostrou capaz de encontrar boas soluções internas para ultrapassar ausências importantes – Ederson e Lindelof são exemplos maiores -, mas desta vez parece não existir ‘matéria prima’ suficiente.
Buta e Pedro Pereira foram testados sem grande sucesso no lado direito da defesa, pelo que deverá caber a André Almeida (afetado por problemas físicos na pré-época) a tarefa de substituir Nelson Semedo, enquanto o veterano Júlio César, de 37 anos, e Jardel parecem, para já, ser as primeiras escolhas para a baliza e o eixo da defesa.