O Benfica conquistou hoje a sua sétima Supertaça Cândido Oliveira de futebol, ao vencer o Vitória de Guimarães por 3-1, num jogo em que entrou de forma avassaladora perante um adversário que despertou muito tarde.
Em menos de 15 minutos jogados, os encarnados já venciam os vimaranenses por 2-0 graças a golos de Jonas (06 minutos), Seferevic (11). O Vitória de Guimarães ainda reduziu e reentrou na discussão da partida pouco antes do intervalo com um golo de Raphinha aos 43 minutos, mas Jiménez selou o resultado aos 83, carimbando para o Benfica a conquista de duas Supertaças consecutivas, algo inédito na história do clube da Luz.
Sem poder contar com Júlio César, Carrillo, André Horta, Mitroglou (lesionados) e Samaris (castigado), e já sem Ederson, Nelson Semedo e Lindelöf, referências da época passada que foram transferidos, Rui Vitória apostou num ‘onze' com estreias que apesar das debilidades se soube impor imediatamente no jogo.
Já o Vitória de Guimarães, ainda sem soluções para as saídas de Bruno Gaspar na defesa, e de Marega e Hernâni no ataque, e com Henrique, Konan e Francisco Ramos, condicionados, protagonizou um arranque de partida muito mau e a demonstrar muita falta de entrosamento.
O Benfica, apostado em conquistar o primeiro troféu da nova temporada e apresentando-se com uma máquina que sofreu muitos golos (15) na fase de pré-época, quis naturalmente mostrar rápido que está preparado para repetir as conquistas das últimas temporadas.
E mostrou. Logo aos seis minutos Jonas apareceu no sítio certo e, após cruzamento da direita e de um mau alívio do guardião minhoto, fez o primeiro da partida.
Os ‘encarnados’ entravam com tudo, a jogar bem sobretudo pela direita, e a aproveitar muito bem o péssimo arranque do Vitória de Guimarães que deu espaços, ofereceu golos e demorou a ganhar capacidade de resposta.
Marcos Valente e Josué, os centrais escolhidos por Pedro Martins, pareciam apáticos, somando-se a má ligação no ‘miolo' vitoriano, e o Benfica, que não estava para desperdiçar oportunidades, aos 11 minutos dilatou a vantagem com um golo de Seferovic.
O avançado suíço contratado ao Eintracht Frankfurt, único ‘reforço' do ‘onze' lisboeta à exceção de Varela, completou um passe de Pizzi, que aproveitou como bem quis uma perda de bola de Zungu.
A ganhar por 2-0 quando ainda nem um quatro de hora estava decorrido, a equipa de Rui Vitória - que tinha apostado num esquema tático de 4-1-3-2 - recuou no terreno, obrigando os vimaranenses a mostrarem trabalho.
Raphinha, com um livre que passou por cima da baliza de Bruno Varela - guardião que fez hoje a sua estreia absoluta pela equipa principal do Benfica - aos 20 minutos ainda tentou, mas só quem de facto mostrou credenciais na formação de Guimarães foi Miguel Silva.
O jovem guarda-redes dos minhotos negou o terceiro golo ao Benfica por duas vezes em apenas dois minutos seguidos. Primeiro a Salvio que aproveitou um ressalto (28 minutos) e depois a André Almeida que rematou sozinho já em zona muito perigosa (29).
O Vitória de Guimarães acabou por, finalmente, e já o cronómetro a marcar menos de dez minutos para o intervalo, conseguir desenhar uma jogada de perigo que nasceu num contra-ataque que colocou a nu as fragilidades de velocidade de Luisão que se deixou ultrapassar rapidamente em vários metros por Rafael Martins. Mas Bruno Varela tirou, por centímetros e numa fração de segundos, a bola a Hélder Ferreira.
O Benfica ainda esteve perto de levar para o balneário uma vantagem de 3-0, mas Salvio foi egoísta e, quando tinha Seferovic e Jonas sozinhos no meio a pedir a bola, optou por um ‘chapéu' que Miguel Silva conseguiu suster (40 minutos).
E acabaria por ser o Vitória de Guimarães a conseguiu o golo e logo a hipótese de voltar à discussão da partida. Raphinha marcou o 2-1 a três minutos do intervalo, completando uma jogada que começou na direita.
Na segunda parte, os vitorianos - que jogavam em 4-2-3-1 - entraram mais confiantes e ao contrário do arranque do primeiro tempo assistiu-se a um jogo aberto e com lances repartidos.
Hurtado, destacado diante de Varela e com tudo para fazer golo, rematou mal e atrapalhou-se consigo próprio, não conseguindo por pouco e só por ‘aselhice' o empate aos 59 minutos.
O Benfica respondeu por intermédio de Jonas que rematou ao lado (61). E Hélder Ferreira, inconformado com a desvantagem, também tentava mas se a primeira tentativa encontrou Bruno Varela pela frente (63), a segunda ‘esbarrou' em Luisão (64).
O Vitória de Guimarães queria pelo menos o prolongamento. Para o emblema minhoto, uma conquista esta noite, significaria conseguir um troféu que só conseguiu há quase três décadas atrás, quando em 1988 venceu o FC Porto quando a final ainda se jogava em duas eliminatórias.
Mas o despertar tardio paga-se caro. O tetracampeão nacional, já com Felipe Augusto em campo que foi substituir Salvio aos 65 minutos dando segurança ao meio-campo lisboeta, não deixou escapar o título e ainda marcou um terceiro golo para ‘matar' de vez o jogo.
Raul Jiménez fez o 3-1 aos 83 minutos depois de Pizzi, que esteve nos três golos ‘encarnados’ acabando por ser a grande figura do jogo, ter recuperado a bola após erro de Raphinha.
Até ao final do encontro, que teve vídeo-árbitro mas quase não se deu por ele, bastou ao Benfica gerir o jogo, enquanto o Vitória de Guimarães, que de apoio de adeptos não se pode queixar, se ia aproximando da baliza mas sem real convicção.