Declarações de Jorge Jesus, treinador do Sporting, após o jogo da terceira jornada da I Liga frente ao Vitória de Guimarães, que terminou com um triunfo 'leonino', por 5-0.
"Ganhar 5-0 vale três pontos. Mas, para mim, tão importante como a vitória, foi a qualidade de jogo que a equipa teve. A equipa está muito unida e, quando as coisas não correm bem, luta pelo resultado. Às vezes, as coisas saem pior outra melhor. Hoje, saíram muito bem. Coletivamente, fomos muito fortes, e com os golos começou a aparecer a qualidade individual dos jogadores. Há duas semanas, a equipa do Sporting não fazia golos, atualmente é a equipa com mais golos do campeonato.
Não é fácil ganhar em Guimarães 5-0. Não ganhei aqui muitas vezes. O [Vitória de] Guimarães sempre foi e continua a ser um grande clube. Os clubes para serem grandes têm de ter massa associativa como o [Vitória de] Guimarães teve, sempre com a equipa. Todas as claques, todas as massas associativas em Portugal dão-nos mais carinho quando ganhamos do que quando perdemos, mas isso faz parte da nossa profissão.
(A vitória é um estímulo para o 'play-off' da Liga dos Campeões?) Estímulo não. O Sporting, em jogos oficiais, tem três vitórias e um empate. O Sporting não sabe o que é sofrer golos até agora, não sabe o que é perder. Ganhar por cinco moraliza mais um bocadinho do que ganhar por um ou a dois a zero, mas o que moraliza é saber que a equipa está a crescer passo a passo. Para o jogo de Bucareste, com o Steaua, na quarta-feira, este jogo foi violento do ponto de vista competitivo, a 32 graus e humidade muito forte.
Tivemos dois ou três jogadores, como o Bas Dost e o próprio Gelson [Martins], completamente fatigados. Agora é pensar como a gente vai recuperar os jogadores que acabaram o jogo com muita dificuldade. Mais grave para mim, apesar de ainda não saber a gravidade, foi a lesão do Mathieu. O Mathieu dá-nos uma estabilidade defensiva muito forte. Jogar com Mathieu é uma coisa, jogar sem Mathieu é outra.
[O Battaglia] é um jogador com uma capacidade física impressionante e tapa todos os caminhos da baliza e a estrutura da última linha defensiva fica mais segura, para além de qualidade individual que o Piccini, o Mathieu e Fábio [Coentrão] e o guarda-redes dão à equipa. São muito seguros. Não entram em excesso de emoção. Dão tranquilidade à equipa e aos jogadores mais novos.
O Sporting não é campeão há 16 anos. Andámos atrás desse titulo há muito tempo. Este é o nosso primeiro objetivo, o campeonato nacional.
Não [foi o meu melhor jogo enquanto treinador do Sporting]. Nada disso. O Sporting, no meu primeiro ano, teve jogos diabólicos nos campos dos nossos dois rivais. Fizemos um grande jogo com o Real Madrid. Não foi o melhor jogo. Se me disser que esta equipa, nestes três anos, é a equipa com mais experiência e conhecimento do que é o jogo, é verdade. Por vezes, analisa-se muito em função do resultado, mas não fizemos um jogo por aí além.
Destes 11 que começaram o jogo, seis são novos. Só se mantiveram o Rui, o Sebá [Coates], o Bas [Dost], o Gelson [e o Adrien]. Estamos à procura da nossa identidade. Estamos numa fase de aprendizagem, e eu também. Começamos a descobrir coisas nos nossos jogadores com o tempo. Eles percebem que, só unidos, podem passar para o jogo todas as qualidades coletivas e individuais. O Bruno [Fernandes] é um jogador que tem golo. Hoje fez dois grandes golos. É um miúdo com 21 anos. Vai ser um craque. Ainda não tem a intensidade que é precisa para um jogador de alto nível. Estamos satisfeitos com os reforços. Todos eles nos têm dado coisas boas."
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