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Fernando Santos aponta saída de Simão com o momento da «viragem»

O ex-treinador de futebol do Benfica, Fernando Santos, apontou terça-feira a saída de Simão como o ponto de viragem na sua relação com o presidente do clube “encarnado”, Luiz Felipe Vieira, que conduziu à sua saída.

Fernando Santos aponta saída de Simão com o momento da «viragem»

Em entrevista ao programa “Trio D’Ataque”, da RTPN, Fernando Santos afirmou que não tinha a noção de que Simão poderia sair, quando, em vésperas do jogo particular em Cluj (21 de Julho), afirmou que perder o “capitão” da equipa “seria um pesadelo horrível”.

“Porque saiu? é óbvio que há a vontade própria do jogador, mas eu preparei o plantel a contar com ele. Não estava prevista alternativa para a saída de Simão. Não me foi colocada e não havia indícios de que podia sair”, explicou o ex-técnico “encarnado”.

Fernando Santos foi claro: “quando falei do pesadelo, não pensei que iria ter o pesadelo. Disse-o para ele sentir que era importante para a equipa e também para dizer que era importante que ele não saísse”.

“Se foi ingenuidade pensar que ele não sairia? dependia do Benfica. Reconheço que, economicamente, o negócio foi bom para o clube, mas desportivamente não”, frisou o ex-técnico.

O técnico que chegou à Luz no início da temporada 2006/2007 lamentou também o episódio da saída de Manuel Fernandes, na véspera do jogo com o FC Copenhaga, da primeira “mão” da terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões.

“Convoquei-o para o jogo, fui à conferência de imprensa, falei e quando voltei... já não tinha Manuel Fernandes. É óbvio que isto cria obstáculos ao treinador”, explicou Fernando Santos.

Segundo o ex-técnico dos “encarnados”, com estes dois jogadores (Simão e Manuel Fernandes) o Benfica “tinha todas as condições para conquistar o título”.

“Após o jogo em Cluj, que foi muito elogiado, a equipa estava consolidada e sólida em termos defensivos, como continua, mas, neste momento, tem menos capacidade ofensiva, de improvisação, pois saíram os dois grandes criativos, Simão e Miccoli”, explicou.

Na entrevista, Fernando Santos lamentou também a saída de José Veiga: “foi uma pessoa importante no Benfica, que esteve nos títulos, como o presidente. Trouxe algo fundamental, a estabilidade no futebol, a blindagem do futebol do Benfica”.

“Era um escudo entre a cabine e o treinador e tudo o resto”, prosseguiu, acrescentando: “quando muita gente emite opinião, as coisas funcionam sempre pior. Fez falta, pois acudia aos pormenores, às pequenas coisas”, explicou o ex-técnico da equipa da Luz.

Fernando Santos criticou ainda a politica de comunicação do futebol do Benfica: “a política de comunicação do Benfica é excelente em termos empresariais, mas para o futebol... não existe. É um problema que o clube tem, claramente, de resolver”.

O técnico destituído domingo do Benfica disse não ter jeito para se fazer de vítima, reconheceu que falhou em “algumas coisas” e também ter escolhido a maior parte dos jogadores que ingressaram esta época no Benfica, nomeadamente Adu, Cardozo ou Di Maria.

“Neste momento, penso que a opção certa para o Benfica era o Camacho, face à empatia que tem com os adeptos”, disse Fernando Santos, concluindo que, na despedida, pediu aos jogadores para serem campeões: “se eles forem, de alguma forma eu também serei”.

LUSA

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