Crónica: Alteração tática e exibição categórica valem vitória ao FC Porto

Depois da derrota caseira frente ao Besiktas, Sérgio Conceição alterou o esquema tático para um 4x2x3x1, com um duplo ‘pivot’ à frente do quarteto defensivo, e surpreendeu toda a gente com a opção por Sérgio Oliveira para jogar ao lado de Danilo, ele que teve os primeiros minutos esta época em jogos oficiais.

O que parecia ser uma opção de risco, até pelo facto de Sérgio Oliveira não ter, à partida, ritmo competitivo para um jogo deste grau de exigência, tornou-se num ‘tiro na mouche’ do técnico portista, não só pela resposta dada pelo jovem internacional sub-21 português, que fez uma grande exibição, mas também pelo equilíbrio, solidez e eficácia do sistema de jogo utilizado.

De resto, o Mónaco abordou o jogo com muito respeito pelo FC Porto, sem ‘cair em cima’ desde logo, procurando trocar a bola e sair pela certa para os movimentos ofensivos, o que esbarrou na organização defensiva do FC Porto, coeso e compacto a defender, sem dar espaços aos médios e avançados monegascos.

Quando Aboubakar inaugurou o marcador aos 31 minutos, numa recarga a um primeiro remate de Danilo na área, já era evidente que o FC Porto estava adaptado e confortável no 4x2x3x1, com Herrera a entrar pelo corredor central, Marega e Brahimi descaídos para os flancos, conciliando a segurança defensiva com a capacidade de estender o jogo com perigo até à área do Mónaco.

A equipa de Leonardo Jardim nunca conseguiu encaixar no sistema do FC Porto e raramente foi capaz de pressionar alto e condicionar as transições ofensivas portistas, porque defenderam sempre com um bloco médio baixo e os seus jogadores poucas vezes se mostraram agressivos na recuperação da bola em zonas mais adiantadas.

Na segunda parte, Leonardo Jardim não foi capaz de ‘mudar o chip’ à sua equipa e o FC Porto conseguiu manter a segurança defensiva e, ao mesmo tempo, dar mais profundidade às suas ações ofensivas, criando mais problemas à defesa francesa.

Aos 59 minutos, Marega isolou-se e entre dois adversários chutou contra Benaglio, estando à beira de fazer o segundo golo, mas a sensação que prevalecia era a de que o FC Porto ganhava quase todos os duelos individuais e detinha o controlo do jogo, perante um Mónaco que não se mostrava capaz de dar a volta aos acontecimentos.

O segundo golo, aos 69 minutos, de novo por Aboubakar, numa jogada de compêndio do futebol, iniciada por Brahimi, que lançou Marega em profundidade, cujo cruzamento o avançado camaronês finalizou, deixando o central Glik ‘nas covas’, surgiu com naturalidade e ao sabor da corrente do jogo.

Um minuto depois, Falcão desviou a bola cruzada do flanco esquerdo, antecipando-se à defesa portista, para o poste, um momento de sorte para o FC Porto que poderia ter feito reentrar o Mónaco na discussão do resultado e complicado os últimos vinte minutos para os portistas.

Esse lance foi o ‘canto do cisne’ para a equipa de Leonardo Jardim, que ainda viria a sofrer o terceiro golo aos 89 minutos, por Layún, na sequência de outro lance de contra-ataque que envolveu Corona e Marega, que fez o último passe.