O presidente do FC Barcelona, Josep Maria Bartomeu, afirmou hoje que a decisão de disputar à porta fechada a partida de domingo da liga espanhola frente ao Las Palmas foi “a mais responsável”.
Em conferência de imprensa, o responsável do clube catalão justificou a decisão, uma das mais difíceis que disse ter tomado na presidência do FC Barcelona, com a oposição da Liga de Futebol Profissional (LFP) à suspensão do jogo.
A opção de não comparecer perante o Las Palmas, como forma de protesto pela proibição do referendo sobre a independência da Catalunha, não chegou a colocar-se, já que tal teria acarretado uma derrota por 3-0 para o ‘Barça’ e a perda de três pontos adicionais.
Já no domingo, Josep Bartomeu tinha afirmado que a decisão de disputar a partida à porta fechada constituía uma “demonstração de inconformidade” com o que se passa na Catalunha.
“Falámos com diretores, executivos, também com a equipa técnica e os jogadores, e decidimos jogar a partida, e sobretudo fazê-lo à porta fechada para que se veja esta crítica, esta maneira de mostrar inconformidade, com o que se passa para todo o mundo”, afirmou o dirigente, sobre o jogo da liga espanhola que está a decorrer sem adeptos.
A decisão, apontou Bartomeu, não se prendeu com segurança, uma vez que esta estava assegurada “pela Guarda Civil e os Mossos d’Esquadra”, mas pela vontade de “dar apoio a todos os que estão a padecer desta falta de liberdade de expressão”.
“Vemos com muita pena o que se está a passar, e por isso decidimos que em vez de adiar o encontro, que era o que queríamos todos, jogá-lo de uma maneira excecional, sem público, para que se veja que se joga um jogo de futebol, mas nada a ver com a normalidade com que jogámos em toda a nossa história”, comentou.
Os catalães apoiantes da independência da região tentaram votar domingo num referendo, suspenso no início do mês pelo Tribunal Constitucional espanhol, tendo as autoridades de Madrid impedido a realização da consulta popular com milhares de agentes da Polícia Nacional e Guardia Civil na rua.
De acordo com o governo regional catalão, cerca de 900 pessoas ficaram feridas, incluindo nove agentes da polícia e dois elementos da Guardia Civil, na sequência de confrontos entre manifestantes e autoridades.