José Veiga, ex-director-geral do Benfica, prepara-se para iniciar quinta-feira as novas funções de director-desportivo do Swindon Town, do terceiro escalão inglês de futebol, e rejeita liminarmente a ambição de chegar à presidência do clube da Luz.
''É um cenário que não me passa pela cabeça. Não tenho qualquer intenção de ser presidente do Benfica nem de qualquer outro clube. Não está nos meus horizontes'', assegurou, à Agência Lusa, o novo dirigente do Swindon Town no dia em que surgiram notícias desse desejo.
Sem querer abordar a saída definitiva do Benfica, depois da participação activa no reforço da equipa no último defeso, José Veiga já só pensa no novo desafio em Inglaterra, após aceitar ''uma das muitas propostas'' que recebeu.
''Recebi muitas propostas, quase todas elas mais aliciantes. Esta, à partida, nem sequer era uma prioridade, mas acabou por cativar-me depois de ter falado com as pessoas do clube'', admitiu o antigo empresário de jogadores.
José Veiga assumiu que vai trabalhar para concretizar a ambição do novo presidente do Swindon Town, o norte-americano Jim Little, que quer colocar o clube na Primeira Liga inglesa a curto prazo.
''Apresentaram-me objectivos ambiciosos. Amanhã (quinta-feira) vou começar a trabalhar e pretendo, em primeiro lugar, falar com as pessoas para 'sentir' o clube por dentro'', explicou à Lusa.
Sobre o objectivo proposto por Jim Little, José Veiga recordou que, como chega ao Swindon Town ''com o plantel já fechado'', uma das primeiras tarefas vai ser ''tentar mudar mentalidades, pois uma coisa é jogar para o meio da tabela e outra é conquistar um dos lugares de promoção''.
Até Janeiro, altura em que reabre o mercado de transferências, José Veiga vai empenhar-se totalmente em ''trabalhar com os jogadores que já lá estão'', mas deixa em aberto a possibilidade de reforçar o plantel no início do próximo ano.
Relativamente à possibilidade de o Swindon Town poder virar-se para Portugal, José Veiga reconhece que existe ''muita qualidade'' nos jogadores lusos, mas sublinhou que ''o mercado português não é prioritário''.
Quanto ao elogio de Jim Little, que considerou José Veiga o José Mourinho dos dirigentes desportivos, o antigo director-geral da SAD do Benfica agradeceu as palavras, mas deixou um lamento.
''Infelizmente, em Portugal é difícil reconhecerem o nosso valor. Muitas vezes, as pessoas são obrigadas a sair do país para verem reconhecido o mérito do seu trabalho'', lamentou José Veiga, voltando a recusar abordar o tema da saída do Benfica.