O treinador do Sporting, Paulo Bento, rejeitou hoje contribuir para a “morte do seleccionador nacional”, recordando o trajecto único do brasileiro Luiz Felipe Scolari à frente da selecção portuguesa de futebol.
“O próprio lamentou e já houve um pedido de desculpas. É um gesto que não gostaríamos de ver, eu passei por uma situação parecida e não vou contribuir para o peditório de matar o seleccionador nacional”, disse o técnico “leonino” em conferência de imprensa.
Três dias depois de Scolari ter agredido o defesa sérvio Dragutinovic no final do jogo Portugal-Sérvia (1-1), Paulo Bento considerou que o percurso do técnico brasileiro na selecção portuguesa é único e por um momento mau as pessoas esquecem logo tudo o que de bom se fez.
“Tem tido um trajecto que não encontramos nas selecções nacionais e podem dar as voltas que quiserem. A vida e o futebol tem disto: por muitas coisas boas que se façam, no momento em que fazemos algo menos bom somos penalizados e em alguns casos até crucificados” salientou.
Paulo Bento afirma que aceita o pedido de desculpas do técnico brasileiro, mas defende que “aqueles que são perfeitos e nunca erraram” vão ter mais “alguma dificuldade em perdoar”.
O técnico explicou que no seu caso faz os possíveis para se tentar manter sereno no banco de suplentes, mas confessou que nem sempre o consegue.
“Tenho uma câmara ao meu lado durante 90 minutos e já me viram fazer alguns gestos ou palavras que não são as mais indicados. A determinada altura até parecia que tinha sido eu a trazer isso para o futebol, mas não fui”, disse num tom irónico.
Paulo Bento explicou ainda que acredita no apuramento de Portugal para o Europeu de 2008 e revelou que não convive com aqueles que dizem “mal de tudo e todos”.
“As partes (Federação e Scolari) entendem que existem condições para seguir, eu acredito e desejo que Portugal vá estar no Europeu de 2008, apesar de saber que nem todos o desejam. A crítica é aceitável, não convivo é com insinuações e o escrever mal de todos, todos os dias, sem se provar nada, sendo mentirosos”, concluiu o técnico.
LUSA