O FC Porto foi hoje incapaz de começar da melhor forma a Liga dos Campeões em futebol e o empate 1-1 com o Liverpool, no estádio do Dragão, penaliza justamente a equipa portuguesa, em superioridade numérica desde os 58 minutos.
A vencer desde os oito minutos, com um golo de grande penalidade de Lucho (o empate por Kuyt surgiu aos 17), o FC Porto foi sempre a equipa que mais procurou o golo, mas, desde os 58 minutos, com mais um jogador em campo, não teve engenho ou arte para vencer na jornada inaugural da ''Champions'', repetindo o ''feito'' dos últimos quatro anos.
Com o empate, Liverpool e FC Porto repartem o segundo posto do Grupo A, já que o Marselha venceu em casa o Besiktas por 2-0.
Frente a uma equipa cinco vezes campeã da Europa e com duas presenças em finais nos últimos três anos (um título em 2004/05 frente ao AC Milão), os ''azuis-e-brancos'' mantiveram a tradição de não perder frente a ingleses em jogos em casa (10 jogos e cinco empates), mas perderam uma excelente oportunidade de derrotarem o Liverpool, depois de terem também empatado (0-0), nos quartos-de-final da UEFA, em 2000/01.
Com apenas três derrotas nos últimos 18 jogos realizados fora para a Liga dos ''milhões'', o Liverpool, apesar da igualdade, deixou no Dragão uma má imagem, parecendo sempre satisfeito com o ponto conquistado: os dois remates realizados à baliza e um canto durante o jogo, contra 14 e 10 do FC Porto, respectivamente, são disso exemplo flagrante.
Já com Bosingwa, recuperado de uma mialgia de esforço, mas ainda sem Helton, Pedro Emanuel, Postiga e Adriano, lesionados, Jesualdo Ferreira voltou a apostar em Nuno, na baliza, e numa linha com o internacional português ao lado de Bruno Alves, João Paulo e Fucile, na esquerda.
No meio-campo, o treinador do FC Porto manteve Paulo Assunção, Raul Meireles e Lucho Gonzalez, deixando o ataque entregue aos agora ''habituais'' Tarik, Lisandro (no meio) e Ricardo Quaresma.
Do lado do Liverpool e para combater o 4x3x3 dos ''dragões'', o treinador Rafael Benitez desenhou um 4x4x2, com Pepe Reina, na baliza, uma linha defensiva com Finnan, Carragher, Hyypia e Arbeloa, um meio-campo composto por Gerrard, Mascherano, Pennant e Babel, apostando em Kuyt e Fernando Torres no ataque.
Motivados pelas quatro vitórias consecutivas no campeonato português, os portistas entraram dispostos a calar rapidamente os adeptos ingleses e, por duas ocasiões, poderiam mesmo ter inaugurado o marcador: aos dois minutos, o argentino Lisandro Lopez, completamente sozinho na área, atirou para defesa do espanhol Reina e, aos quatro, Quaresma rematou ligeiramente por cima.
E como as duas primeiras não tinham entrado, o argentino Lucho Gonzalez foi ''obrigado'' a transformar com primor uma grande penalidade e a abrir o marcador, aos oito minutos, na sequência de uma falta evidente de Reina sobre o marroquino Tarik.
O Liverpool, no entanto, e sem o merecer até então, acabou por empatar aos 17 minutos, quando o espanhol Fernando Torres, ao segundo poste e na sequência de um livre da direita, serviu o holandês Kuyt que, aproveitando a falha de marcação de João Paulo, cabeceou para o fundo das redes, sem qualquer oposição de Nuno.
Depois do golo, o FC Porto ainda criou perigo, num remate de Bruno Alves, aos 26 minutos, mas até ao final da primeira parte, um estranho eclipse abateu-se sobre o estádio do Dragão, para desespero até dos adeptos mais pacientes.
Na segunda parte, o FC Porto voltou a entrar melhor, apesar da defensiva inglesa controlar praticamente todas as situações e, aos 58 minutos, Pennant é expulso por acumulação de cartões amarelos, deixando a equipa de Jesualdo Ferreira com teórica ''via verde'' para o triunfo.
Pouco depois da expulsão forçada de Pennant, aos 61 minutos, Hyypia salva quase em cima da linha de golo um remate de Quaresma e, aos 64, Jesualdo Ferreira aposta tudo, com as saídas de Meireles e Tarik e entradas dos argentinos Mariano Gonzalez e Ernesto Farias, respectivamente.
Ainda assim e apesar da aposta do treinador do FC Porto, a equipa campeã da Europa em 2003/04 e 1986/87 foi incapaz de criar mais alguma oportunidade de perigo, voltando a claudicar na abertura da ''Champions''.
LUSA