Vítor Hugo Valente, líder da segunda lista mais votada nas eleições de março passado no Vitória de Setúbal, anunciou na terça-feira que se vai candidatar à presidência da direção nas eleições agendadas para 21 de dezembro.
Depois do pedido de demissão apresentado por Fernando Oliveira do cargo de presidente da direção, no passado dia 21, o advogado revelou já ter informado o líder da Assembleia-Geral (AG) da sua decisão, prometendo apresentar a lista nos próximos dias.
"Por respeito à assembleia-geral informei pessoalmente o seu presidente [Fernando Cardoso Ferreira] que, em cumprimento dos estatutos e dentro do prazo [até 14 de dezembro], vou apresentar uma lista completa nos serviços administrativos", avançou à Lusa.
Vítor Hugo Valente reuniu hoje com o líder da AG e manifestou o seu desacordo pela decisão deste em convocar as eleições para a direção, deixando de fora os restantes órgãos sociais (Assembleia-Geral, Conselho Fiscal e Disciplinar e Vitoriano).
"Entendo que a convocatória não respeita os estatutos e solicitei que a alterassem, mas mantém-se intransigente, mantendo a convocatória para um órgão social: a direção. Sou incapaz de não cumprir os estatutos e apresentar uma lista só para a direção. A lista que vou entregar será completa", declarou.
O ex-presidente da SAD vitoriana lamentou a "intransigência" de Fernando Cardoso Ferreira.
"O senhor presidente da Assembleia-Geral disse-me que rejeitava a lista caso a apresente completa. Disse-lhe que se o fizer fica responsável pela não resolução dos problemas do Vitória", relatou.
Vítor Hugo Valente alertou para a premência de resolver a crise diretiva que afeta o atual 16.º classificado da I Liga portuguesa de futebol.
"Eu e um grupo de pessoas que me acompanha desde março temos trabalhado todos os dias para encontrar soluções para os gravíssimos problemas do clube. O tempo é muito curto e os problemas de natureza fiscal, desportiva e do PER [Processo Especial de Revitalização] não podem esperar", vincou.
Refira-se que nas eleições de 24 de março de 2017, Fernando Oliveira foi eleito presidente ao recolher 843 votos contra os 340 de António Santos (Lista B) e os 738 de Vítor Hugo Valente (Lista C), tendo sido contabilizados ainda nove votos em branco e oito nulos, perfazendo um total de 1.938 votos em urna.