Declarações do treinador do Desportivo de Chaves, no final do jogo com o Rio Ave, da 15.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, que terminou empatado 1-1.
«O que justifica uma entrada menos conseguida do Desportivo de Chaves foi a capacidade que o Rio Ave teve em ter bola e em não nos deixar pressionar como nos queríamos, normalmente está sempre associada uma coisa à outra.
O Rio Ave é uma equipa que sabíamos que era uma equipa boa, uma equipa que eliminou o Benfica para a Taça de Portugal, uma equipa que tem sido elogiada por toda a comunicação social, sabíamos da grande dificuldade que tínhamos pela frente, sabíamos que só o tempo nos iria levar ao equilíbrio no jogo e foi isso que aconteceu, não é normal jogar-se com uma equipa que queira tanta bola e que aproveita tão bem os espaços que a outra equipa lhe dá, só a partir dos 15 minutos é que conseguimos anular os espaços e, a partir daí, conseguimos equilibrar o jogo.
Queremos ganhar sempre, agora a discussão do resultado não discuto, aceito todos porque a justiça do futebol está nos golos que se marcam e não se sofrem, por exemplo, pode uma equipa estar por cima da outra 90 minutos e a outra fazer um golo no último minuto e temos de aceitar, por isso, é que é a modalidade mais vista do mundo e toda a gente é atraída por este fantástico jogo que é o futebol, é a imprevisibilidade no resultado que traz as pessoas ao jogo, mas queríamos ganhar e demonstramos que o queríamos fazer, agora reduzir espaços a uma equipa que outras equipas de maior capacidade que nós não o conseguiram fazer, não é fácil, nos conseguimos, e levamos a equipa para patamares de produção muito interessantes ao longo do jogo, a equipa foi crescendo e acabamos o jogo com a sensação de que podíamos ter ganho.
[falhanço de Hamdou Elhouni no final] Ainda há pessoas no mundo que pensam que os jogadores de futebol são máquinas, que não tem emoções, e que os treinadores são máquinas, não tem emoções, eu compreendo que a massa adepta do Chaves queira ganhar todos os jogos e ser campeões nacionais, mas isso não deve levar a alguma proporcionalidade de comportamentos, começa a haver muitos jogadores marcados pela massa associativa e que começam a não ter capacidade para jogar quando jogam em Chaves, isso é algo que a massa associativa deve refletir, para mim estar debaixo de assobios é igual, agora há jogadores que não tem essa capacidade.
Gosto muito de ter adeptos exigentes, mas eu acho que ao longo de um jogo de futebol deve-se apoiar a equipa da qual se é adepto e, no fim, se tiver de se assobiar que se assobie o treinador que está pronto para aguentar essa pressão e, no dia em que não tiver, vira as costas e vai embora.
Se o Desportivo de Chaves quer criar um clima de apoio à sua equipa e de adversidade aos seus adversários, eu acho que tem de apoiar de forma incondicional como muitos que nós temos.
Há cinco jogos que o Desportivo de Chaves não perde, portanto, vamos lá, é trabalho da massa associativa, temos de ser equilibrados.
[mercado de inverno] Não estamos à procura de avançado nenhum, temos sete avançados, já estou com dores de cabeça a mais, agora vai-se falar muito, mas vai-se começar a falar eu e a administração, não adianta falar antes porque só agora o mercado vai começar a agitar, se virmos alguma oportunidade no mercado que seja mais-valia para o clube e que nos ajude a fortalecer a equipa, tudo bem, senão vamos como estamos, não me importava de ir com estes jogadores até ao final do campeonato, se os sócios nos apoiarem vamos assim até ao fim do mundo com estes jogadores.
[saída do Rúben Ferreira] foi uma questão familiar, alegou instabilidade devido a problemas familiares, então pediu a saída, avaliamos, tínhamos ter laterais-esquerdos, e deixámo-lo sair».