Declarações dos treinadores de Benfica, Rui Vitória, e Sporting, Jorge Jesus, após o dérbi da 16.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado na quarta-feira no Estádio da Luz, em Lisboa, e que terminou empatado 1-1.
Jorge Jesus (Treinador do Sporting): “Foi um jogo digno de duas equipas que procuravam ganhar. Na primeira parte, o Sporting marcou primeiro e teve a segunda oportunidade de golo, pelo Gelson, e o Benfica teve mais ataque posicional, mas nunca criou nenhuma oportunidade de golo. Ninguém se lembra de nenhuma defesa de registo do Rui Patrício, também porque a defesa do Sporting esteve organizada. A dupla de centrais é fabulosa.
Partimos para a segunda parte convictos de que o jogo ia ser mais fácil, porque o Benfica ia mexer na equipa e arriscar. Perante uma anarquia tática, faltou-nos critério e acabámos por sofrer um golo de grande penalidade. Este empate custa, por ter sido aos 90 minutos, mas é um pior resultado para o Benfica do que para o Sporting, porque estão a cinco pontos do FC Porto e nós a dois. Não estando satisfeito com este resultado, não é o pior para o Sporting.
O árbitro recorreu ao videoárbitro em alguns lances duvidosos e, na minha opinião, decidiu sempre bem e o penálti é penálti, não há dúvida nenhuma. Prejudicou ambas as equipas, em lances que não tiveram influência nenhuma no jogo. O Hugo Miguel é um bom árbitro e esteve ao nível do jogo.
O Benfica teve situações de perigo, mais posse de bola, mas ocasiões de golo só teve a que deu golo.
Senti que a equipa do Benfica ficou completamente partida e pensei duas vezes. Num momento, sabendo que ia haver tempo de descontos, estava a chamar o Podence, um avançado que pudesse levar a equipa para a frente, mas depois de sofrermos o golo tudo se alterou e não houve tempo para mais nada”.
Rui Vitória (Treinador do Benfica): “O resultado é o que é e daqui a uns tempos ninguém vai olhar muito para o que foi a exibição, mas fizemos um grande jogo contra um adversário direto. Mostrámos uma força que tem de ser enaltecida. Podemos não ter jogado bem algumas vezes, mas hoje a bola não quis entrar. Fica a história do empate, mas nós fomos melhores em todos os aspetos.
É evidente que houve lances suscetíveis de análise. Foi marcado um penálti quando já deviam ter sido marcados antes. Vou ficar atento aos desempenhos dos árbitros de hoje, para ver se há coerência nas decisões que tomaram hoje. Se os lances são duvidosos, porque é que o árbitro não vai observar o ecrã no terreno. Ainda não o fizeram nenhuma vez com o Benfica. Se calhar, se fossem ver, não seriam aquelas decisões. Não estou contra o árbitro a, b ou c, neste caso é uma questão de processo.
Será que os lances são claramente de não penálti, são dois ou três, nomeadamente num empurrão ao Jardel [numa jogada com Fábio Coentrão], que até nem tem sido muito falado.
Merecíamos ter ganho, a bola não quis entrar. Na segunda parte fomos uma equipa avassaladora, que criou muitos problemas ao Sporting. Houve, de facto, várias situações de golo.
Ainda não viramos a volta, mas há uma mensagem importante hoje, que já tinha havido no jogo com o FC Porto: defrontámos uma boa equipa, demonstrámos força, poder, vamos lutar por este campeonato até ao fim e vão ter de contar connosco.
Saímos daqui com uma enorme satisfação e com a convicção de que estamos vivos, muito vivos. O futebol é feito de resultados, mas no final é que se fazem as contas e não sabemos para quem é que vai ser importante este ponto. Aqui houve um empate e houve uma equipa que foi melhor do que a outra”.