Declarações de Sérgio Conceição, treinador do FC Porto, após o jogo com o Vitória de Guimarães (4-2), da 17.ª jornada da I Liga Portuguesa de futebol, disputado no Estádio do Dragão, no Porto.
«Virar a primeira volta do campeonato com 45 pontos é sinal de que estamos a fazer um trabalho fantástico. É um bom sentimento, mas estamos apenas a meio [do campeonato]. Queremos fazer igual ou melhor na segunda volta.
Entrámos [no jogo] algo ansiosos precipitados, sobretudo na entrada do último terço. Errámos passes que normalmente não erramos, mas não teve que ver com disponibilidade dos jogadores, mas sim com estarmos a fazer as coisas à pressa.
Ao intervalo foi a palestra mais simples e fácil. Disse que tínhamos de ser a equipa que fomos até hoje, e que tinha um grande orgulho na equipa. Também corrigirmos algumas situações que me pareceram fundamentais, nomeadamente no jogo exterior.
Naturalmente, os golos foram surgindo, pois é muito difícil para qualquer equipa aguentar a nossa intensidade de jogo.
Mas tenho de dar mérito ao Vitória, que fez uma primeira parte excelente e obrigou-nos a ir atrás de resultado.
Temos de continuar a fazer o nosso caminho, e não deixarei de dizer as coisas quando entender.
Sou assim, frontal, digo o que penso. Por isso, em alguns contextos digo que é preciso deixar os árbitros em paz, como também já os critiquei e disse que tal como nós, treinadores e jogadores, também os árbitros deviam ser criticados.
Digo o que me vem à cabeça no momento. O que é o meu sentimento expresso sem problemas, não ando a mando de ninguém.
Já tive diferente opinião do nosso diretor de comunicação, e também posso ter do nosso presidente, e assumo com responsabilidade o que digo.
O meu filho tem um boneco em casa, que não tem expressão, mas, depois, tem o modo agressivo, e quando se carrega cerra [os dentes]. Tem, também, o modo padre, e quando se carrega junta as mãos. Mas eu não sou desses.
Mas há alguém que é comandado para aparecer de diferentes maneiras à frente da comunicação social e com uma diferente mensagem, mas eu não.
[se essa afirmação tinha um destinatário?] Tem, é o Rui Vitória [treinador Benfica].
E eu até concordo com o que Rui Vitória disse no final do dérbi, que os árbitros têm de consultar mais vezes o vídeoárbitro.
A nossa vitamina tem que ver com o trabalho, não com estas situações. Os jogadores sabem a forma como se trabalha, e não tem que ver com as mensagens. A paixão é importante, mas não chega.
Estamos todos prontos a dar uma resposta positiva, e quando entra e sai um jogador não se nota a diferença».