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Boavista prepara-se para o fim da «era Loureiro»

As eleições antecipadas, em Novembro, podem ficar para a história do Boavista como o ''dia a seguir'' a quase duas décadas dominadas por Valentim e João Loureiro, pai e filho, que tornaram um pequeno clube do Porto no “quarto grande” do futebol português.

Ao anunciar hoje que deixa a presidência do Boavista e já não completa o mandato, que ia até ao final do ano, João Loureiro deu claramente a entender que a ideia é mesmo sair e dar lugar a outro, interrompendo assim um longo “reinado” de quase dez anos, em sucessão directa ao pai, que entrou para o clube em 1968, como director de futebol profissional.

Primeiro com Valentim, presidente desde 1978 até 1997, com dois anos de interregno, e depois com João, o Boavista tornou-se um clube de sucesso, conquistando mesmo um campeonato nacional, depois de ter sido vice-campeão, ter ganhos Taças de Portugal e protagonizar excelentes campanhas nas competições europeias.

O Boavista passou a ocupar, pelo historial das últimas décadas, o estatuto de “quarto grande”, atrás de Benfica, Sporting e FC Porto, sempre com Valentim e João Loureiro na ribalta, muitas vezes polémicos e constantemente mediáticos.

A “dinastia” Loureiro no Boavista começa em 1968, quando Valentim (hoje com 69 anos) acompanha Silva Reis na vitória eleitoral, ficando com a responsabilidade directa pelo futebol profissional.

Volvidos dez anos, quando já estava construído o estádio do Bessa e o Boavista se “agigantava” ante os clássicos candidatos ao título, superiormente orientado por José Maria Pedroto, Valentim chegou à cadeira de presidente, para um primeiro mandato. De 1980 a 1982 perdeu para Taveira da Mota, para depois regressar e ficar até 1996.

Não se retirou do futebol, antes ganhou mais protagonismo, com presidente da Liga de clubes, prosseguindo paralelamente uma carreira empresarial e política, em que se destaca a presidência da autarquia de Gondomar, agora como independente, após ruptura com o PSD.

O percurso teve no entanto alguns percalços, sendo o mais destacado o envolvimento do seu nome no processo ''Apito Dourado'', ainda não concluído.

A operação ''Apito Dourado'', em 2004, passou também por João Loureiro, que sucedeu ao pai no comando do Boavista, onde chegou em 1997, então com 33 anos.

Era, então, o mais jovem presidente de um clube da primeira Liga, vivendo na década seguinte os momentos de maior glória do clube, como foram o título nacional em 2000/2001, a ida à Liga dos Campeões e a meia-final da Taça UEFA, com o treinador talismã, Jaime Pacheco.

A crise de resultados, no entanto, instalou-se desde 2003, nunca passando do sexto lugar e adiando o regresso às competições europeias, o que retirou visibilidade à remodelação do estádio, para o Euro2004, e à constituição da SAD.

Tal como o pai, João Loureiro, jurista de formação, também não deve a sua popularidade só ao futebol e já era uma figura mediática quando chegou à liderança do clube, pelas bandas musicais em que participou.

Primeiro foram os Bananas, que em pouco tempo encurtaram o nome para Ban, e por último os Song Experience/Zero. Os Ban foram mesmo uma das bandas de referência das décadas de 80 e 90, com temas como ''Alma Dorida'' ''Irreal Social'', ''Encontro com Mr.Hyde'' e ''Num filme sempre Pop''.

LUSA

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