O Sporting confirmou hoje que o envolvimento de Dias da Cunha no caso João Pinto se prende apenas com questões formais de um documento que assinou enquanto presidente da SAD ''leonina'', à margem da transferêcia do futebolista em 2000.
''O Dr. Dias da Cunha foi uma das pessoas ouvidas neste processo, tendo sido interrogado (...) em relação a questões formais de um documento que assinou enquanto administrador da SAD, em 2005, o qual não tem que ver com o negócio realizado em 2000 (e que constitui, como é sabido, o centro do processo), nem com os pagamentos então realizados pelo Sporting'', lê-se num comunicado da sociedade que gere o futebol dos ''leões''.
Sublinhando que ''está ainda em curso o inquérito relativo a esse processo, sujeito a segredo de justiça, pelo que não é possível entrar em detalhes acerca do mesmo'', o Sporting justifica o curto comunicado com a necessidade de manter a verdade e promover ''o esclarecimento sério da opinião pública''.
O antigo presidente do Sporting Dias da Cunha confirmou hoje ter sido constituído arguido no caso João Pinto, mas apenas numa questão marginal, devido a incorrecções num documento, referente ao último pagamento ao futebolista.
“Misturar esta constituição de arguido com o processo é pura especulação”, disse Dias da Cunha em declarações à Agência Lusa.
O antigo dirigente ''leonino'' revelou que o documento em causa é de 2005, “arruma as contas com o João Pinto” e nada tem a ver com o que está a ser investigado, sendo que “paga aquilo que faltava e o João Pinto fez a quitação”.
“O que está a ser investigado tem a ver com a contratação do João Pinto em 2000, ainda eu não era presidente do Sporting”, disse Dias da Cunha, concluindo que a sua constituição como arguido, avançada pela TVI, está relacionada com “uma questão completamente marginal”.
A contratação de João Pinto pelo Sporting em 2000 está envolvida em polémica desde que, em Novembro, o ex-empresário José Veiga foi ouvido no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) e constituído arguido por suspeita de burla qualificada, branqueamento de capitais, fraude fiscal e abuso de confiança.
O ex-director-geral da SAD do Benfica foi obrigado a pagar uma caução no montante de meio milhão de euros e apreensão do passaporte, medidas que, entretanto, foram atenuadas.
Em causa está o alegado desaparecimento de 3,292 milhões de euros, que o Sporting diz ter remetido à empresa de direito inglesa Goodstone, a mando de José Veiga.
Em declarações prestadas à PJ, João Pinto reconheceu ter sido ele a ficar com 3,292 milhões de euros relativos à sua contratação pelo Sporting em 2000, tendo sido constituído arguido por fraude fiscal.
O Sporting diz ter remetido a verba à empresa inglesa Goodstone, a mando de José Veiga, que, após ser ouvido no TIC, acusou alguns dirigentes ''leoninos'' de mentirem.
LUSA