Declarações de José Couceiro, treinador do Vitória de Setúbal, após o jogo da final da Taça da Liga de futebol, frente ao Sporting, que terminou com um triunfo dos 'leões', no desempate por grandes penalidades (5-4), após o empate no tempo regulamentar (1-1).
"Não perdemos o jogo, mas perdemos a possibilidade de ganhar mais uma taça para o Vitória. A equipa tem de ter orgulho em fazer a Taça da Liga sem uma derrota, defrontando o Sporting de Braga, o Benfica, o Sporting, o Portimonense, que é uma excelente equipa. A Oliveirense, curiosamente, foi o nosso pior jogo.
Estamos tristes. Tínhamos definida a nossa estratégia. Passamos estes dias a observar que, se calhar, nem valia a pena jogar. Os comentários eram de tal forma avassaladores. Cada jogo tem uma história diferente. Antes de jogar, ninguém perde e ninguém ganha.
Tivemos momentos em que fomos superiores e momentos em que fomos inferiores. Fizemos uma primeira parte de muito bom nível. Na segunda parte, tivemos a oportunidade para fazer o 2-0 [por Costinha]. Não conseguimos [marcar].
O Sporting também tem mérito [na quebra de rendimento da equipa na segunda parte]. Estamos a falar de recursos completamente diferentes. Falou-se na ausência da ausência do Gelson [Martins], mas não temos o Ysannick Djaló, o Nenê Bonilha que nos daria muito jeito para segurar a bola. Perdemos um central importante para nós, o César, em que perdemos no jogo aéreo.
O Vitória tem feito alguns jogos bons, outros não tão bons. Há muita miudagem que vem de campeonatos inferiores, da equipa de juniores, e faz parte do crescimento deles. Umas vezes acusam a pressão, outras não têm a experiência. A bola começa a queimar. O Vitória é um clube de importância no futebol nacional. Estamos numa fase positiva e tem de continuar. Agora, consegue-se manter os momentos exibicionais em todos os jogos? Não, mas há que ter qualidade, pois as equipas com qualidade estão sempre mais próximas de ganhar. Jogámos com muita intensidade. Nós nem deixávamos que o Sporting trocasse a bola.
As duas equipas tentaram que o jogo não chegasse às grandes penalidades. O que pretendíamos era marcar, conseguimos. E tentámos continuar o segundo golo. Não conseguimos. Depois, permitimos o golo do empate. Já vi o lance. O Trigueira estava no caminho da bola. Aquilo é instintivo. Podia acontecer com o Tomás [Podstawski], como com outro.
O Gonçalo [Paciência] o teve muitos problemas anteriormente, físicos. E, como todos os jovens com muito potencial, precisa de confiança. É um rapaz inteligente, das capacidades técnicas e físicas que tem, que tem estado a mudar no processo defensivo. Os jogadores com potencial, que têm equilíbrio e inteligência, conseguem chegar ao topo. É isso que vai acontecer."