O futebolista espanhol Marc Bartra admitiu hoje, através de um depoimento lido pelo seu advogado num tribunal alemão, ter temido pela sua vida no atentado contra o autocarro do Borussia Dortmund, ocorrido em 11 de abril de 2017.
“Eu não me sinto bem quando me lembro do atentado. Tive medo de morrer e de não voltar a ver a minha família”, referiu o defesa num comunicado lido perante a justiça alemã pelo advogado do Borussia Dortmund, Alfons Becker.
Marc Bartra deveria testemunhar oralmente, mas o futebolista preferiu a declaração escrita quando soube que o suposto perpetrador do atentado estaria presente na sala de audiência.
De acordo com Bartra, após a explosão, sentiu um tremor na cabeça, deixou cair o telemóvel e sentiu uma dor aguda no braço, posteriormente submetido a uma intervenção cirúrgica.
O jogador viu sangue no braço e temeu que houvesse um segundo ataque. O defesa do Borussia Dortmund admitiu que ainda não superou o atentado, que tem pesadelos e pensa com frequência sobre o que aconteceu.
O suposto autor do atentado, Sergei W., é acusado de 28 tentativas de homicídio e de provocar ferimentos pessoais.
O atentado ocorreu quando o autocarro do Dortmund se deslocava do hotel para o estádio, para jogar a primeira mão dos quartos de final da Liga dos Campeões de 2016/17, contra os franceses do Mónaco, do treinador português Leonardo Jardim.
De acordo com a acusação, o objetivo do autor do atentado era matar tantos jogadores quanto possível para interferir com o rendimento da equipa, contra a qual apostou especulativamente por baixo, e beneficiar em proveito próprio.
O presumível responsável pelo atentado ao autocarro do Borussia Dortmund, o alemão de origem russa Serguei W., que enfrenta uma pena de prisão perpétua, admitiu e lamentou em tribunal a sua autoria, mas assegurou que não pretendia matar ninguém.
Marc Bartra, com ferimentos num pulso, provocados por fragmentos de vidro, e um motociclista da escolta policial, com os tímpanos danificados pelo sopro da explosão, ficaram feridos no atentado.