A anterior melhor campanha do Caldas na Taça de Portugal de Portugal terminou no terreno do Desportivo das Aves, em 1993/94, mas a união do plantel caldense pode valer a ‘vingança’ nas meias-finais da presente edição do troféu.
Em dezembro de 1993, o Desportivo das Aves, então na Liga de Honra e comandado por Henrique Nunes, eliminou o Caldas, que disputava a Zona Centro da II Divisão B, ao vencer em casa por 2-1, em jogo dos 16 avos de final da ‘prova rainha’.
Terminava na Vila das Aves o percurso do emblema das Caldas da Rainha, que estava pela quarta vez nesta fase da prova, sem melhorar os desempenhos nas três primeiras presenças – em 1955/56 chegou aos quartos de final e nas duas épocas seguintes aos ‘oitavos’.
“A união do grupo é muito forte, talvez seja a principal diferença, porque éramos profissionais e até tínhamos alguns estrangeiros. Agora somos todos amadores, chegamos ao fim do dia para treinar e chegámos às meias-finais... isso é que é de grande valor”, recordou Penas, antigo lateral do Caldas e atual treinador adjunto do clube, em declarações à Lusa.
Apesar de não guardar muitas recordações do jogo na Vila das Aves, o único entre os dois clubes, o antigo avançado António Luís recorreu aos jornais da época para reavivar a memória.
“Entrámos a vencer, na primeira parte, eu fiz o 1-0, mas eles empataram ainda antes do intervalo. Depois, um central (Rui Dias, aos 59) viu duplo amarelo, ficámos com menos um durante praticamente meia hora, e levámos um grande amasso”, contou.
De acordo com as crónicas da imprensa, António Luís inaugurou o marcador aos 19 minutos, Vitinha, atual adjunto da formação avense, empatou aos 36, e o sérvio Vojislav Josipovic decidiu a eliminatória, aos 81.
“Na altura, o Aves jogava na Liga de Honra, era uma divisão acima da nossa, e agora está ainda mais acima. Também é uma meia-final e o simbolismo é muito maior”, referiu à Lusa António Luís, que coincide com Penas e o atual treinador da formação caldense, José Vala, na equipa de veteranos do clube.
No entanto, Penas é o único ‘resistente’ desse plantel comandado por Francisco Vital (que chegou a orientar interinamente o Sporting em 1997/98), uma vez que José Vala estava cedido por empréstimo ao Beneditense.
“Agora vivo as coisas de maneira diferente. Às vezes falo com o José Vala e claro que ficamos contentes com as vitórias – chegámos às meias-finais e há muitos profissionais que nunca aqui chegaram -, mas é só na hora dos jogos, porque ficamos logo a pensar no próximo e no próximo”, admitiu Penas.
Outra diferença assinalada pelo agora adjunto é o investimento feito pelo clube. “Acho que esse jogo das Aves foi o que daria maior prémio de jogo, mas eram outros tempos, outro orçamento: tínhamos jogadores de fora e alguns estrangeiros”.
O clube do distrito de Leiria ambicionava a subida à Liga de Honra e vivia na ‘ressaca’ de uma investida fracassada. Em 1992/93, o Caldas chegou à última jornada no primeiro lugar, mas foi ultrapassado, ao perder frente ao Académico de Viseu na última jornada (1-0), no Campo da Mata.
“Nesse ano enchíamos a Mata e, na altura, era até caber, talvez mais do que agora nos jogos da Taça. Depois destes jogos no nosso Campo da Mata, que é um ‘mini-Jamor’, era bonito que o clube chegasse à final e ao Jamor verdadeiro”, rematou António Luís.
Caldas, do Campeonato de Portugal, e Desportivo das Aves, da I Liga, começam a disputar a presença na final da Taça de Portugal na quarta-feira, a partir das 20:15, na Vila das Aves, na primeira mão das 'meias'. A outra meia-final opõe Sporting a FC Porto.
Em 1993/94, a aventura do Aves terminou nos quartos de final, perante o FC Porto, que viria a conquistar o troféu, que venceu o embate por 6-0.
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