O Benfica assumiu hoje que o assessor jurídico da SAD do clube Paulo Gonçalves, hoje detido, vai “provar a legalidade dos seus procedimentos”, acrescentando que pedirá uma audiência à Procuradora-Geral da República face à violação do segredo de justiça.
Em comunicado, a SAD do clube “confirma a realização de buscas às suas instalações no âmbito de um processo de investigação sobre eventual violação do segredo de justiça e reitera a sua total disponibilidade em colaborar com as autoridades no integral apuramento da verdade”.
“A Sport Lisboa e Benfica SAD manifesta a sua confiança e convicção de que o Dr. Paulo Gonçalves terá oportunidade, no âmbito do processo judicial, de provar a legalidade dos seus procedimentos”, lê-se no comunicado do clube lisboeta.
O Benfica dá ainda conta da intenção de “pedir com caráter de urgência uma audiência à senhora Procuradora-Geral da República [Joana Marques Vidal], pelas reiteradas e constantes violações do segredo de justiça sobre os processos que envolvem o clube, numa estratégia intencional e com procedimentos fáceis de serem investigados, como hoje foi claramente comprovado”.
A Polícia Judiciária (PJ) deteve hoje duas pessoas por suspeitas de corrupção, acesso ilegítimo, violação de segredo de justiça, falsidade informática e favorecimento pessoal, no âmbito da operação ‘e-toupeira’.
Em comunicado, a PJ revelou a realização de 30 buscas nas áreas do Porto, Fafe, Guimarães, Santarém e Lisboa que levaram à apreensão de “relevantes elementos probatórios”. Estão a ser investigados crimes de corrupção passiva e ativa, violação do segredo de justiça, favorecimento pessoal e falsidade informática/cibercrime.
Paulo Gonçalves tinha sido constituído arguido em 19 de outubro de 2017, no âmbito do caso dos emails e na sequência de buscas da Polícia Judiciária ao clube.
Desde maio que o diretor de comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques, tem acusado o Benfica de influenciar o setor da arbitragem e apresentou alegadas mensagens de correio eletrónico de responsáveis ‘encarnados’, nomeadamente de Paulo Gonçalves e Luís Filipe Vieira.
De acordo com informações avançadas pela revista Sábado, também terá sido detido um técnico de informática do Instituto de Gestão Financeira e Equipamento da Justiça (IGFEJ), por suspeitas de corrupção passiva.