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Trabalho articulado entre federações e COP pode dar resultados em Tóquio-2020

O novo diretor desportivo do Comité Olímpico de Portugal (COP) considera que os resultados desportivos dependem diretamente de um trabalho de interligação com as federações que, se for bem feito, poderá dar frutos nos Jogos Olímpicos Tóquio2020.

Trabalho articulado entre federações e COP pode dar resultados em Tóquio-2020
Depositphotos

“Não há possibilidade de conseguirmos resultados de excelência se não houver uma interligação entre federações e COP”, disse Pedro Roque em entrevista à agência Lusa, alertando para a especificidade de cada uma das federações e modalidades.

Para Pedro Roque, flexibilidade pode ser a palavra-chave do seu trabalho, pois “é preciso ir ao encontro do que as federações necessitam e não fixar padrões de exigência iguais para todos, que no fundo podem ajudar algumas federações e não outras”.

O cargo de diretor desportivo, criado no atual mandato do presidente do COP, é definido em poucas palavras por Pedro Roque: “Não serei mais do que um recurso adicional, tentarei fazer a ponte entre aquilo que são as necessidades das federações, os princípios do comité e os anseios que todo no processo de preparação olímpica tem”.

“A mim cumpre-me acompanhar este programa de preparação olímpica, estar muito próximo das federações, perceber exatamente o que necessitam de forma a que possamos fazer os ajustes necessários e chegar a Tóquio sem olhar para traz e perguntar: ‘o que poderíamos ter feito diferente?’”, explicou.

O atual diretor desportivo lembra que as metas para os Jogos Olímpicos Tóquio2020 estão todas espelhadas no contrato-programa e assegura: “Se for cumprido tudo o que está contratualizado, teremos o melhor conjunto de resultados de sempre do desporto português em Jogos Olímpicos”.

Além de duas medalhas, o contrato estipula ainda a obtenção mínima de 12 diplomas, ou seja, classificações até ao oitavo lugar, e pelo menos 26 iguais ou acima do 16.º posto.

O contrato prevê ainda uma subida das modalidades representadas para 19 (contra 13 em Londres2012 e 16 no Rio2016), e um aumento da presença de atletas femininas, esperando-se que tenham um peso de pelo menos 40% entre os qualificados.

Pedro Roque, que recentemente assumiu o cargo que era ocupado por Paulo Cunha, considera essencial aplicar bem os 18,5 milhões disponibilizados para a preparação olímpica.

“Não é uma questão de estarmos satisfeitos com as verbas que temos, é uma questão de neste momento aproveitar cada cêntimo das verbas que temos para chegarmos mais longe e darmos as condições que as federações necessitam pata desenvolver os seus projetos”, referiu.

Pedro Roque, licenciado em educação física e desde há anos ligado à ginástica, admite que Portugal “tem condições” para recuperar posições no ‘ranking’ olímpico e, nesse contexto, alerta para a importância de começar já a preparar os Jogos Paris2024, nomeadamente através do programa de esperanças olímpicas.

“Vamos querer fazer aumento da verba a aumento dos resultados desportivos”, disse Pedro Roque, que conta com o apoio de uma comissão técnica e de uma direção de medicina desportiva, com valências nas áreas da psicologia, nutrição e fisioterapia.

O diretor desportivo do COP admite que ainda não é possível estabelecer uma meta no que se refere ao número de atletas lusos nos Jogos Tóquio2020, sobretudo devido à incerteza na qualificação de modalidades coletivas, e assegura que as federações “já estão a trabalhar a todo o gás nos processos de qualificação”.

Pedro Roque assume que “a exigência está muito alta”, garantindo que o “COP tem vindo a fazer um esforço muito grande no sentido de criar uma estrutura cada vez mais profissional”, a que chamou “profissionalismo olímpico”.

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