A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) esclareceu hoje que o processo de inscrição de Meyong ''correu os seus termos normais'', respeitou ''todos os requisitos'' e cabia ''ao clube a decisão de o utilizar oficialmente''.
Em causa está o artigo 5º do ponto nº 3 do Regulamento da FIFA, referente ao Estatuto e Transferência de Jogadores, o qual refere que ''os jogadores podem ser inscritos pelo máximo de três clubes por época desportiva'', mas ''só podem competir em jogos oficiais por dois''.
De acordo com a FPF, a situação não suscita grandes dúvidas, visto que ''o jogador podia ser inscrito, tal como aconteceu, na presente época'', sendo, assim, da responsabilidade do Belenenses a sua utilização.
João Leal, director do Departamento Jurídico da FPF, disse à Agência Lusa que compete às federações a ''recepção do certificado internacional e o registo da inscrição'', não se colocando a questão de autorizar ou não a utilização dos futebolistas em jogos oficiais, sendo isso um acto de ''gestão de plantel'' dos próprios clubes.
No comunicado, a FPF diz que o caso de Meyong cumpriu, no que diz respeito à inscrição, todos os requisitos de documentação e em relação ao que está regulamentado.
Em causa está o facto do avançado camaronês ter alinhado domingo pelo Belenenses, na vitória sobre a Naval 1º de Maio (2-1), depois de esta época já o ter feito pelos espanhóis do Levante e do Albacete.
Segundo fonte da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), a confirmar-se um processo disciplinar que dê os factos como provados, o Belenenses verá os três pontos do triunfo na 16ª jornada atribuídos à Naval 1º de Maio, além de ser penalizado com a perda de mais três pontos, como prevê o Regulamento Disciplinar da LPFP.
A direcção do clube do Restelo está reunida para debater o assunto, embora fonte dos ''azuis'' tenha afirmado à Agência Lusa que a utilização do jogador foi decidida após a recepção de um documento da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) que, alegadamente, o autorizava.
Já a Naval 1º de Maio, cujos departamentos jurídicos e de futebol estão já reunidos, pondera enviar uma exposição à LPFP e tomar uma posição pública através de um comunicado.
No caso de transferências internacionais, ao contrário das que ocorrem entre os clubes profissionais portugueses, cabe à FPF validá-las e não à Liga de clubes.
Embora a inscrição de Meyong por um terceiro clube fosse perfeitamente aceite à luz dos regulamentos internacionais, os mesmos não permitem que um atleta compita por três clubes diferentes na mesma temporada.
LUSA