Um pontapé fulminante do mexicano Herrera, aos 90 minutos, lançou hoje o FC Porto para a liderança da I Liga portuguesa de futebol, selando a vitória por 1-0 sobre o tetracampeão Benfica, na 30.ª jornada da prova.
O médio mexicano, que na época passada foi vilão no empate 1-1 concedido pelo FC Porto na receção ao Benfica, ao conceder o canto do qual resultou o golo benfiquista, também ao cair do pano, emerge como novo herói do FC Porto, que subiu ao topo do campeonato, com dois pontos de vantagem sobre o rival lisboeta.
O Benfica deteve ligeiro ascendente durante a primeira parte, mas na segunda apenas o FC Porto pareceu interessado em ganhar o ‘clássico’ do Estádio da Luz, que deixa os ‘dragões’ mais perto de quebrar o maior ‘jejum’ de títulos desde que Pinto da Costa assumiu a presidência e as ‘águias’ mais longe do inédito ‘penta’.
A equipa ‘encarnada’ quebrou uma série de 37 seguidos sem perder em casa, depois de ter saído derrotada pela última vez em fevereiro de 2016, precisamente, frente ao FC Porto (2-1), tendo sofrido o primeiro desaire numa segunda volta quase perfeita, em que tinha alcançado 11 vitórias e concedido um empate.
O tetracampeão nacional não vence o rival portuense no seu recinto há quatro anos e poderá mesmo ser ameaçado pelo Sporting na luta pelo segundo lugar (o último que pode dar acesso à Liga dos Campeões), pois os ‘leões’ poderão hoje ficar à distância de apenas três pontos, caso vença o Belenenses, e ainda recebe o Benfica na penúltima jornada.
Por outro lado, à exceção do embate no estádio José Alvalade, o calendário parece mais favorável aos lisboetas, que visitam o lanterna vermelha Estoril Praia e recebem Tondela (12.º) e Moreirense (13.º), enquanto o FC Porto joga em casa com o Vitória de Setúbal (14.º) e o Feirense (17.º) e fora com o Marítimo (sexto) e o Vitória de Guimarães (nono).
O avançado brasileiro Jonas, melhor marcador destacado da Liga, com 33 golos, não recuperou de uma lesão na região lombar e foi o grande ausente benfiquista, em contraponto com o maliano Marega, terceiro ‘artilheiro’ da prova e melhor do FC Porto, com 20 golos, que foi titular, relegando o camaronês Aboubakar para o banco de suplentes.
Coube a Raúl Jiménez, autor dos golos no sofrido triunfo em Setúbal (2-1), a tarefa de substituir o influente Jonas, mas o avançado mexicano nunca esteve sequer perto de marcar ao experiente guarda-redes Casillas e acabou por ser o compatriota do FC Porto que o conseguiu, já em cima da hora.
A pressão sufocante imposta pelas duas equipas manteve-as longe das balizas, com a emoção a resumir-se à conquista de pontapés de canto, e a primeira oportunidade de golo surgiu de forma involuntária, aos 20 minutos, através de um cruzamento de Rafa que acertou no poste da baliza de Casillas.
Dois minutos mais tarde, Cervi conseguiu internar-se na área visitante e obrigou a defesa apertada o guarda-redes do FC Porto, que respondeu pouco depois, aos 25, na sequência de uma combinação entre Marega e Soares, mas o avançado brasileiro atirou ao lado da baliza ‘encarnada’.
A proximidade do intervalo despertou os rivais, que construíram as melhores ocasiões para marcar. O primeiro a dar ‘sinal de vida’ foi o Benfica, por Pizzi, que, sem marcação no coração da área portuense, obrigou Casillas a grande defesa, tendo Marega retribuído de imediato, em situação idêntica, com um remate ligeiramente ao lado.
A segunda parte iniciou-se na mesma ‘nota’, com o avançado maliano a isolar-se na área anfitriã, apenas para ver o felino Varela antecipar-se, e o FC Porto pareceu mais interessado na baliza benfiquista, que Brahimi não encontrou por pouco, aos 66 minutos, num remate que passou pertíssimo do poste esquerdo.
Rui Vitória deu ideia de querer recuperar a iniciativa demonstrada pelo Benfica durante a primeira parte com a entrada de Salvio para o lugar de Rafa, mas logo a seguir o treinador ‘encarnado’ deu um sinal contraditório, ao trocar o extremo Cervi pelo médio defensivo Samaris.
Sérgio Conceição, por outro lado, limitava-se a ‘refrescar’ a equipa portista, com as substituições de Sérgio Oliveira, Otávio e Soares por Oliver, Corona e Aboubakar, respetivamente, mas talvez nem o técnico do FC Porto já acreditasse na vitória quando Herrera aproveitou um ressalto para desferir o pontapé à entrada da área que deixou os ‘dragões’ mais perto de se voltarem a sagrar campeões.
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