Os órgãos sociais do Belenenses estão reunidos desde o princípio da noite de hoje, no Estádio do Restelo, para decidirem a possibilidade de demissão, provocando eleições antecipadas, disse à Agência Lusa uma fonte do clube.
A reunião dos órgãos sociais do clube da Cruz de Cristo foi convocada de emergência na sequência da forte contestação dos sócios à Direcção presidida por Cabral Ferreira depois da denúncia da alegada utilização irregular do futebolista camaronês Meyong no Belenenses-Naval (2-1) de domingo.
Outro facto que determinou a marcação da reunião foi a acção de um grupo de sócios, iniciada esta tarde, de recolha de assinaturas para convocar uma Assembleia Geral extraordinária e pedir então a queda dos órgãos sociais.
Até ao final da tarde, o grupo de sócios do clube, entre os quais se inclui Eduardo Ferreira, candidato derrotado no último acto eleitoral, recolheu um total de 150 assinaturas.
Em conformidade com os estatutos do Belenenses, para a convocação de uma sessão magna extraordinária é necessário que um total de 250 sócios subscreva a petição.
No entanto, a Assembleia Geral só poderá reunir se dois terços do total dos sócios subscritores da petição estiver presente na sessão.
Se se concluir a recolha das assinaturas, a petição terá de ser entregue ao presidente da Mesa da Assembleia Geral, José Manuel Enes, tendo este um prazo de 20 dias úteis para convocar as eleições.
A insatisfação à gestão do elenco directivo do Belenenses, que tomou posse em Maio do ano passado para um mandato de dois anos, subiu de tom com o ''caso Meyong'', mas arrastava-se desde Dezembro do ano passado.
Na Assembleia Geral ordinária, cujo ponto principal era a aprovação do orçamento para 2008, uma maioria dos cerca de 200 sócios fez sentir o desagrado pela gestão e chegou-se mesmo a solicitar a demissão de Cabral Ferreira.
Essa insatisfação acabou por ser expressa no chumbo do orçamento para o presente ano, obrigando o elenco directivo do Belenenses a gerir o clube por duodécimos pelo segundo ano consecutivo.
LUSA