O guarda-redes brasileiro Júlio César, que passou três anos da sua carreira no Benfica, terminou o seu percurso no futebol profissional no sábado, defendendo a baliza do Flamengo na vitória sobre o Atlético Mineiro (2-0).
O Estádio Maracanã, no Rio de Janeiro, encheu-se para a despedida do guarda-redes, que foi saudado por todos os seus companheiros no final do jogo da segunda jornada do campeonato brasileiro e fez uma volta ao relvado enquanto era ovacionado pelos adeptos do clube em que iniciou a carreira, depois de se ter ajoelhado virado para a bancada a agradecer o apoio.
"Às vezes eu nem sei se mereço isso tudo. Queria agradecer quem veio prestigiar o Flamengo e o Júlio César. Valeu rapaziada. Agradeço ao América-MG pela lembrança [galhardete]. Sou um cara que coleciona momentos. É um momento muito especial para mim. Podem ter certeza de que vou guardar com muito carinho", disse Júlio César, de 38 anos.
O guarda-redes, que ainda iniciou esta época no Benfica, fazendo quatro jogos entre setembro e outubro, sublinhou que a despedida era um dado adquirido quando decidiu regressar ao Flamengo, e não pensa voltar atrás.
"Eu já vim com a situação bem fixa na minha cabeça e bem madura. Me despeço do futebol feliz por aquilo que eu fiz e o mais importante para mim foram as amizades que fiz no futebol. Espero ter deixado um legado positivo com as pessoas que eu convivi", disse o guardião, que se sagrou três vezes campeão nacional pelo Benfica.
Em 21 anos, Júlio César disputou quase 700 jogos em clubes e 87 com a seleção brasileira, ao serviço da qual participou nos cameponatos do mundo de 2006, na Alemanha, de 2010, na África do Sul, e de 2014, no Brasil.
Em 2010, conquistou a Liga dos Campeões europeus com os italianos do Inter de Milão, num dos melhores momentos da sua carreira, então sob o comando do treinador português José Mourinho, com o qual ganhou dois dos cinco títulos de campeão de Itália que ostenta no palmarés.
Depois de fazer os primeiros jogos com o Flamengo em 1997, Júlio César assenhorou-se da baliza 'rubro-negra' a partir do ano 2000 e até 2004, antes de rumar ao Chievo, já por empréstimo do Inter, que o contratara e no qual se fixou entre 2005 e 2012.
Em Inglaterra teve uma passagem fugaz, ao serviço do Queens Park Rangers, em 2012/13, com um empréstimo ao Toronto FC em 2014, ano em que chegou a Portugal para representar o Benfica.
A sua carreira ficou também ligada a um dos momentos mais traumáticos da história do futebol brasileiro, a goleada de 7-1 sofrida pela seleção 'canarinha' perante a Alemanha, nas meias-finais do Mundial de 2014, disputado em casa.