Crónica: Eficácia do Real Madrid explica vitória em Munique

Um remate de fora da área surpreendente de Marcelo à beira do intervalo e um erro individual de Rafinha, aos 57 minutos, deram a vitória ao Real Madrid em Munique, num jogo em que a equipa alemã foi superior em quase todos os domínios do jogo.

Em todo o caso, os dois golos do Real Madrid só foram possíveis pela qualidade individual de um jogador, Marcelo, que transformou um lance aparentemente inofensivo num golo, e pela eficácia no aproveitamento de um erro defensivo do Bayern por parte da dupla Lucas Vázquez/Asensio, dois jovens da formação ‘merengue’.

O treinador do Real Madrid, ZinÉdine Zidane, optou por uma estratégia de risco mínimo, a mesma que utilizou frente à Juventus, quando se viu a perder por 3-0 no Santiago Bernabéu, sacrificando Benzema em detrimento de Lucas Vásquez, encostado ao flanco direito para dar mais consistência ao meio-campo e bloquear o jogo exterior do Bayern.

A verdade é que até ao minuto 28, altura em que Kimmich colocou o Bayern na frente do marcador, o jogo foi ‘amarrado’, com as duas equipas encaixadas, sem emprestarem profundidade às suas ações ofensivas, apesar da maior iniciativa por parte dos alemães.

Só aos 28 minutos uma das equipas, o Bayern, conseguiu criar uma situação de desequilíbrio, com a deslocação de Muller para o flanco direito, a abrir espaço para a penetração de Kimmich e a tocar para James Rodriguez no corredor central, cujo passe a solicitar o lateral direito ‘rasgou’ a defesa ‘merengue’, apanhada descompensada pela primeira vez.

O Real Madrid acusou claramente este golo, que se traduziu em maior insegurança na posse de bola, e o Bayern esteve perto do segundo golo antes do intervalo, apesar de Heynckes se ter visto perante duas contrariedades de peso, as lesões de Robben, aos oito minutos, e de Boateng, aos 34, substituídos por Thiago Alcântara e Sule, respetivamente.

Antes de Marcelo restabelecer o empate com um sensacional pontapé de fora da área, já Ribéry, o melhor jogador em campo, tinha oferecido um golo a Lewandowski, evitado por Sérgio Ramos, e aos 45+2 minutos outro a Muller salvo por Marcelo.

Na segunda parte, Zidane trocou Isco, em dia pouco inspirado, para a entrada de Asensio, que tem um jogo mais vertical e dá mais profundidade atacante, mas o Real Madrid manteve a mesma estratégia de tentar controlar o jogo, deixando sempre Cristiano Ronaldo muito só na frente e com escassas possibilidades de criar perigo.

O Bayern foi sempre mais objetivo e direto no seu jogo, quase sempre impulsionado pelas acelerações de Ribéry no flanco direito, que tantas dores de cabeça causaram a Carvajal, mas quem voltou a marcar foi o Real Madrid, devido a um erro individual de Rafinha.

A equipa alemã nunca esmoreceu, tentou sempre restabelecer o empate, mas Keylor Navas umas vezes, alguma infelicidade noutras, e a falta de eficácia na finalização, aspeto em que Lewandowski esteve particularmente desinspirado, ao contrário do que é habitual, acabaram por ditar uma derrota que não reflete o que se passou em campo durante os 90 minutos.