O treinador do Sertanense, o brasileiro Eduardo Húngaro, considera que o melhor prémio para a única equipa da terceira divisão ainda em prova seria a passagem directa à fase seguinte da Taça de Portugal em futebol.
''O melhor adversário seria ficar isento'', disse o técnico contratado esta época para dirigir o Sertanense e que tem vindo a conduzir a equipa a contínuas surpresas na Taça de Portugal, a mais recente no domingo, em casa do Penafiel.
Em declarações à Agência Lusa, o técnico brasileiro gostava de dar esse prémio aos seus jogadores, mas, a ter que escolher, as opções recaem nos inevitáveis ''três grandes'' ou ''numa equipa da II Divisão''.
Já para Paulo Farinha, presidente do Sertanense, terceiro classificado da Série D da III Divisão, o melhor que poderia acontecer seria encontrar o Benfica, não só pelo prestígio do clube ''encarnado'', mas pela ligação afectiva de muitos beirões.
''É uma questão de receita e prestígio. Sem demérito para qualquer um dos outros nos oitavos-de-final da Taça, é óbvio que o Benfica, para as nossas gentes, para o interior, é o clube que galvaniza mais'', frisou.
Para chegar aos oitavos-de-final, o Sertanense já eliminou duas equipas da Liga de Honra, Penafiel e Portimonense, e três da divisão em que também compete (III), o Fazendense, o Marinhense e o Fayal, mas nem por isso o percurso tem sido fácil.
Dos cinco jogos que realizou na Taça de Portugal, por duas vezes a equipa se viu obrigada a desempatar no prolongamento (com Portimonense e Fazendense) e neste domingo viu-se a desempatar nas grandes penalidades.
Segundo Eduardo Húngaro, a situação não foi fácil para os jogadores, em especial no jogo com o Penafiel, quando consentiram a igualdade já em período de descontos, num lance em que a equipa da casa empatou de grande penalidade.
''Antes do prolongamento foi importante mostrar aos jogadores que estávamos vivos. Foi bastante traumática a forma como aconteceu o empate - não houve grande penalidade -, e era preciso mostrar que ainda havia 30 minutos pela frente'', frisou o técnico do Sertanense.
Eduardo Húngaro acredita que a equipa beirã pode continuar a surpreender na Taça de Portugal, mesmo com a realização de jogos ao domingo e à quarta-feira, uma situação longe do ideal, mas existente por ainda ''sobreviver'' nesta competição.
Esta situação é, aliás, criticada pelo presidente do Sertanense, Paulo Farinha, tendo em conta que a equipa, por ainda se encontrar em prova na Taça, se vê obrigada a disputar os jogos do campeonato na quarta-feira seguinte.
Obstáculos que, ainda assim, não abalam a motivação dos jogadores e técnico do Sertanense, o qual acredita que é possível seguir em frente e continuar a surpreender.
''Peço que este sonho não termine nunca e a terminar que seja no Estádio do Jamor (final). Venha quem vier nós vamos continuar a sonhar porque o futebol é jogado dentro de campo'', concluiu o treinador do Sertanense.
LUSA