O presidente demissionário da Mesa da Assembleia Geral do Sporting, Jaime Marta Soares, apelou hoje à demissão do presidente do clube, Bruno de Carvalho.
"Apelo à direção, ao senhor presidente Bruno de Carvalho, que siga este nosso exemplo, que apresente a sua demissão, e do Conselho Diretivo, para que nós possamos, no cumprimento rigoroso e integral do estatuto, marcar uma Assembleia-Geral, ou seja, dar a palavra aos sócios, que são esses os principais sustentáculos e que são esses efetivamente aqueles que têm o direito de decidir o que é que querem para a vida do Sporting Clube de Portugal”, disse Jaime Marta Soares, em declarações à agência Lusa.
Indicando que o Conselho Fiscal também se iria demitir, Marta Soares considera “absolutamente insustentável” o momento do clube: "Tentámos tudo o que estava ao nosso alcance estatutariamente para fazer com que as coisas se desenvolvessem com credibilidade, com respeitabilidade, com sentido daquilo que é a instituição Sporting Clube de Portugal. Não o conseguimos”, lamentou o presidente demissionário da Mesa da Assembleia Geral (AG).
Marta Soares recordou que há cerca de um mês já tinha alertado Bruno de Carvalho de que os interesses do Sporting estavam acima de tudo e que estavam esgotadas as hipóteses de manutenção da atual presidência, sublinhando que chegou a hora de dizer basta.
“Desta vez não há mais qualquer hipótese de pôr acalmia no que quer que seja. Chega, basta. O Sporting tem de estar acima de todas e quaisquer ambições de poder, que têm de terminar imediatamente”, vincou Marta Soares, responsabilizando também alguns “pseudo-sportinguistas, de grande nomeada [sem no entanto mencionar nomes], que agora estão agora absolutamente calados”, por Bruno de Carvalho se ter mantido no cargo até hoje.
O presidente demissionário da Mesa da AG do Sporting revelou, ainda, que há quatro elementos da equipa diretiva do Bruno de Carvalho que manifestaram vontade em demitir-se.
“Gostaria de garantir que estes quatro de que estou a falar e da possibilidade de um quinto, já me tinham manifestado, há uma semana, a sua vontade de abandonarem a direção do Sporting Clube de Portugal. Só não o fizeram porque eu lhes pedi que se mantivessem calmos até ao próximo domingo. Foi por essa razão que eu ainda não aceitei a demissão deles”, explicou Marta Soares, que só revelará os nomes após receber por escrito os respetivos pedidos de demissão.
Contudo, perante as consequências que possam advir daqui, aliada à recente situação, “que piora e se está a degradar minuto a minuto, segundo a segundo”, o presidente demissionário salientou que não teve outra solução, que não a demissão em bloco da Mesa da AG.
“Que é como um chamamento de atenção, como uma mensagem ao presidente da direção que, entre aquilo que possam ser os seus interesses pessoais e os interesses do Sporting Clube de Portugal, ele seja capaz de optar pelos interesses do Sporting Clube de Portugal e, efetivamente, apresente a demissão”, reiterou Jaime Marta Soares.
Segundo o presidente demissionário da mesa da AG do Sporting, só assim é que será possível recuperar e preparar o futuro do clube, que vive “um momento escuro” da sua história.
“Para que a paz, a estabilidade, o sossego e o futuro do Sporting Clube de Portugal possa ser rapidamente garantido através de outras pessoas, com outros projetos, que sejam capazes de ultrapassar este momento tão difícil, tão complexo, eu diria, tão escuro, tão escuro da vida do Sporting Clube de Portugal”, frisou Marta Soares.