Telstar 18 é nome da bola que irá rolar nos relvados do Mundial de futebol da Rússia, numa evocação às memórias do primeiro esférico que a Adidas forneceu para a competição, em 1970.
Foi nesse ano, no Mundial do México, que o fabricante alemão ficou responsável pelo fornecimento da bola oficial da prova, apresentado então a original Telstar, que assinalava o primeiro campeonato do mundo de futebol a ser transmitido via satélite.
A Telstar 18 é diferente a todos os níveis da homónima da década de 70, com o fabricante a recorrer à tecnologia para moldar uma bola com superfície termocolada e sem costuras, que, garante a Adidas, aumenta a sua precisão e sensibilidade ao toque, diminuindo, em simultâneo, a capacidade de absorção de água.
As paisagens urbanas da Rússia foram apontadas como o foco principal de inspiração para a criação desta nova bola, resultando num design pixelizado que pretende imitar o movimento em rotação da Telstar original, com os seus icónicos gomos pretos e brancos cosidos à mão e que a tornaram na mais esférica bola até então produzida.
Ainda no âmbito da tecnologia, a Telstar 18 será a primeira a incluir um chip de comunicação por campo de proximidade sem fios, que permitirá a que todos os que venham a ter acesso à nova bola possam desbloquear conteúdos exclusivos para os seus smartphones.
Tudo isso seria inimaginável em 1930 quando, no Uruguai, o primeiro campeonato do mundo se jogou com a pesada e dura bola de couro, cosida com corda. Diferenças que se foram esbatendo, de forma lenta, com o passar dos anos.
A Superball utilizada no Brasil, no mundial de 1950, já tinha costuras internas, mas o couro continuava a ser pesado, sobretudo quando a chuva se fazia sentir.
Quatro anos depois, na Suíça, foi apresentada a única bola amarela da história dos mundiais, enquanto em Inglaterra, em 1966, foi escolhida uma laranja para a final do Mundial.
Já em 1978, na Argentina, iniciou-se a era Tango, com uma bola composta por 20 triângulos interligados, formando um desenho inovador que criava a ilusão de 12 círculos idênticos.
Apesar de ter o mesmo desenho, a Azteca, utilizada no México, em 1986, viria a ser a primeira bola produzida com materiais sintéticos.
Em 1994, nos Estados Unidos, a Questra tornou-se a primeira bola de alta tecnologia, por ter uma camada de polietileno branco que lhe conferia um toque mais suave e confortável.
Já a Tricolore, com a qual a França, a jogar em casa, se sagrou campeã em 1998, foi a primeira bola oficial multicolorida.
Na Coreia do Sul e no Japão, terminou o reinado do design Tango, com a Fevernova a apresentar uma lâmina, de nome shuriken, no centro da bola, com chamas vermelhas a simbolizarem a energia e o esforço dos dois países na organização do Mundial de 2002.
Em 2006, a Teamgeist rolou nos relvados da Alemanha, revolucionando o formato das bolas, pois, não possuindo qualquer costura visível, apresentava uma redução para apenas 14 peças na sua construção.
Daí para cá, destaque ainda para a mais criticada de todas as bolas. Na África do Sul, a Jabulani esteve longe de ter sido unânime. Apresentada como a bola mais redonda de sempre, pecou pelas suas trajetórias irregulares, tendo sido reprovada por grande parte dos jogadores, sobretudo pelos guarda-redes.
No último Mundial, no Brasil, a Adidas apresentou a primeira bola batizada numa votação pública, que recebeu o nome de Brazuca, inspirada nas fitas coloridas da sorte do Senhor do Bonfim da Bahia, simbolizando a paixão e alegria dos brasileiros pelo futebol.
Longe dos tons coloridas da sua antecessora, a Telstar 18 que será usada na Rússia, já foi a bola oficial do Mundial de Clubes de 2017 e em alguns jogos de cariz particular entre seleções, nomeadamente na sua estreia, no embate do ano passado entre Rússia e Argentina.