A Holdimo, segundo maior acionista da SAD do Sporting, já deu entrada esta semana nos tribunais com uma ação especial para destituir a administração liderada por Bruno de Carvalho, anunciou Álvaro Sobrinho, líder da empresa angolana.
Em declarações publicadas hoje em O Jornal Económico, Álvaro Sobrinho disse que a “Holdimo interpôs uma ação para destituir a Comissão Executiva da Sporting SAD, que visa travar a degradação do património e a situação insustentável de uma empresa que é cotada na bolsa”.
O empresário angolano explica que o processo, que tem como fundamento uma alegada “violação de deveres, ”surge na sequência da recusa de Bruno de Carvalho em se demitir, defendendo que “Portugal é um país democrático e de direito e não uma ditadura”.
Álvaro Sobrinho disse ao jornal que a decisão desta ação, que deu entrada esta semana nos tribunais “para não prejudicar uma empresa cotada, deverá ser rápida e urgente”.
O líder da Holdimo disse também que a ação resulta “de uma negação total de uma direção que, por si, acha que é dona de tudo”, realçando que a “Sporting SAD está numa situação que tem de ter soluções viáveis e que a prioridade do acionista é arranjar uma solução, que passa evidentemente pela mudança da direção”.
A ação visa destituir Bruno de Carvalho, Carlos Vieira, Rui Caeiro e Guilherme Pinheiro da administração da SAD do Sporting – todos exceto Nuno Correia da Silva, representante da empresa que é o segundo maior acionista da SAD.
Álvaro Sobrinho já tinha classificado anteriormente o presidente Bruno de Carvalho de “mentiroso compulsivo”, “morto-vivo” e “malfeitor”, prometendo usar “todos os instrumentos jurídicos” para o destituir.
A 15 de maio, antes do primeiro treino para a final da Taça de Portugal, a equipa de futebol do Sporting foi atacada na academia do clube, em Alcochete, por um grupo de cerca de 50 alegados adeptos encapuzados, que agrediram técnicos e jogadores. A GNR deteve 23 dos atacantes.
Paralelamente, a Polícia Judiciária deteve quatro pessoas na sequência de denúncias de alegada corrupção em jogos de andebol, incluindo o diretor desportivo do futebol, André Geraldes, que foi libertado sob caução e impedido de exercer funções desportivas.
O cenário agravou-se com as demissões da Mesa da Assembleia Geral, em bloco, da maioria dos membros do Conselho Fiscal e Disciplinar, instando o presidente do Sporting a seguir o seu exemplo, mas Bruno de Carvalho anunciou que se irá manter no cargo, apesar das seis demissões no Conselho Diretivo.