António Simões, Hilário e Humberto Coelho, três antigas glórias do futebol português, consideram uma “boa ideia” a eventual organização conjunta do Mundial2018 por Portugal e Espanha, mas apenas o ex-jogador do Sporting diz tratar-se de uma prioridade.
“Seria uma medida de bom senso, não só no aspecto desportivo como também económico. Hoje, as comunicações e os transportes são bastante eficazes. Juntamente com Espanha teríamos a oportunidade de fazer parte do maior evento de futebol, o Campeonato do Mundo, disse António Simões à Agência Lusa.
O ex-jogador do Benfica, que conquistou uma Taça dos Campeões Europeus, afirmou que a concretização desta ideia “traria prestígio ao país e à Península Ibérica”, mas alertou para o facto de não se tratar de uma prioridade para o futebol português, “como também não era o Euro2004”.
“Não é prioritário. Portugal tem muitos problemas internos para resolver, também ao nível desportivo”, disse Simões acrescentando: “gostaria muito mais que o país desportivo se debruçasse nos grandes problemas da falta de credibilidade e de qualidade do futebol português (…) que tem modelos completamente ultrapassados e desajustados com a economia do futebol”.
Humberto Coelho pensa que a organização do Mundial2018 em conjunto com a Espanha seria algo “muitíssimo bom” para o futebol luso, mas defende que é necessário medir “as receitas e despesas que isso acarreta” e saber quais os “benefícios” que podem ser colhidos, não estando certo se esta será a “altura ideal”.
“Penso que não é uma prioridade para o futebol português. Há muito mais coisas internas que se têm de fazer. A prioridade, neste momento, é levar público aos estádios. Não só aos do FC Porto, Benfica e Sporting, mas a todos os outros”, disse o ex-seleccionador à Lusa.
Humberto Coelho considera que é prioritário “dar colorido e animação” aos recintos do futebol nacional e chama a atenção para o facto de haver “estádios que têm cerca de 40 mil lugares e têm 600 pessoas”.
Hilário, que jogou com Simões no Mundial de 1966, disse à Lusa que a ideia da co-organização do Mundial2018 entre Portugal e Espanha é “importantíssima”, e uma forma de aproximar ainda mais os dois países, algo que torna a questão “prioritária” para o futebol português.
“Espero que isso se concretize. Será benéfico quer para Espanha quer para Portugal”, concluiu o antigo futebolista leonino, que tem no currículo uma Taça das Taças, apesar de não ter podido actuar no jogo decisivo, devido a uma lesão.
A ideia da organização do Mundial2018 partiu do presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Gilberto Madaíl, e está a ser estudada pelo homólogo espanhol, Angel Maria Villar.
LUSA