O ex-director desportivo do Belenenses Carlos Janela disse numa entrevista publicada hoje no Record que o caso do jogador Meyong foi o pretexto para alguns directores derrubarem o presidente do clube, Cabral Ferreira.
Este caso está relacionado com a alegada utilização indevida do jogador camaronês Meyong, no jogo Belenenses-Naval 1º Maio, da 16ª jornada da Liga portuguesa de futebol.
De acordo com os regulamentos internacionais e internos, um jogador pode ser inscrito em três clubes numa temporada, mas apenas é permitido que jogue em dois.
Na entrevista hoje publicada, Carlos Janela referiu que desde que foi conhecida a doença do presidente do Belenenses Cabral Ferreira que ''foi perceptível o ambiente de conspiração no sentido de o derrubar por parte de alguns directores na ânsia de protagonista e de controlo do sector do futebol profissional''.
''O caso Meyong foi o pretexto para que alguns directores derrubassem o presidente e pudessem interferir na gestão do futebol'', após a sua saída, defendeu.
Carlos Janela, que foi demitido na sequência deste caso, disse também não ter ''a mínima dúvida'' de que o presidente Cabral Ferreira foi forçado a demitir-se, ''por dois vice presidentes da direcção'' que não quis identificar.
''Eles sabiam que o meu afastamento iria fragilizar e isolar a posição do presidente, o que criaria as condições ideais para a sua queda, como veio a suceder, abrindo uma crise directiva e caminho para a realização de novo acto eleitoral, para o qual estão a posicionar-se e a preparar'', defendeu.
Caso seja provado que o jogador foi utilizado indevidamente, o Belenenses, entre outras penalizações, perde os três pontos da vitória sobre a Naval e será castigado com a perda de seis pontos.
LUSA