A Holdimo, segundo maior acionista da SAD do Sporting, manifestou hoje o seu “profundo desagrado” com a rescisão de mais três jogadores da equipa de futebol do clube, lembrando que aguarda por uma decisão do tribunal.
“A Holdimo manifesta o seu profundo desagrado pelas rescisões apresentadas por mais três jogadores da equipa principal da Sporting SAD. É mais um momento triste para um calvário que tem assolado o dia a dia dos sportinguistas. Mas, o lamento não chega, é preciso reagir e agir”, refere em comunicado.
O Sporting confirmou hoje as rescisões de contrato dos futebolistas portugueses Gelson Martins, William Carvalho e Bruno Fernandes, que invocaram justa causa, na sequência das agressões a jogadores na Academia de Alcochete.
Em informações enviadas à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a SAD 'leonina' diz que recebeu hoje, por ‘e-mail’, documentos assinados pelos três internacionais portugueses a comunicarem "a resolução do seu contrato de trabalho desportivo, com invocação de justa causa".
A Holdimo, detentora de 29,8 por cento do capital do Sporting, salienta que o tempo “não resolve o problema”, apenas o agrava, referindo que reconhece a “gravidade do problema e a urgência de uma solução” e que está empenhada em “virar a página do pesadelo” que o clube atravessa.
“Apresentámos, há cerca de duas semanas, uma ação para destituição do Conselho executivo da SAD. Evocámos o caráter de urgência, porque sabemos que cada dia que passa é mais um dia a acrescentar problemas e menos um dia a construir solução”, frisa o documento.
A Holdimo deu entrada nos tribunais com uma ação especial para destituir a administração liderada por Bruno de Carvalho, segundo foi anunciado por Álvaro Sobrinho, líder do grupo angolano.
“Pela reserva a que nos obriga a ação que apresentámos, remetemos para momento posterior uma posição mais detalhada”, conclui o documento da Holdimo.
Gelson Martins, William Carvalho e Bruno Fernandes avançaram hoje com as rescisões de contrato, seguindo os passos de Rui Patrício e Daniel Podence.
Estas rescisões surgem na sequência, entre outros casos, das agressões sofridas por vários elementos do plantel e da equipa técnica em 15 de maio, na Academia do Sporting, em Alcochete, e levadas a cabo por cerca de 40 pessoas encapuzadas. Destes atacantes foram detidos 27, que ficaram em prisão preventiva.
De acordo com o código do trabalho, a declaração de resolução do contrato por justa causa deve acontecer nos 30 dias subsequentes aos factos que a justificam, pelo que até quinta-feira, 14 de junho, outros jogadores do plantel profissional do Sporting poderão rescindir.