O Sporting de Braga hipotecou hoje as hipóteses de se qualificar para os oitavos-de-final da Taça UEFA em futebol, ao perder (3-0) no terreno do Werder Bremen, numa partida em que falhou duas grande penalidades.
Na primeira mão dos 16-avos-de-final, disputada em Bremen (Alemanha), a equipa bracarense sofreu três golos e não fez nenhum, ficando na difícil situação de precisar de ganhar por quatro bolas de diferença no segundo jogo, em Portugal, para seguir em frente na prova.
Um golo de Naldo (04 minutos), outro de Daniel Jensen (26) e um terceiro de Hugo Almeida (95), de grande penalidade, ditaram a derrota do Sporting de Braga, que desperdiçou dois castigos máximos, um por Linz (10) e outro por Jorginho (36).
O jogo quase começou com o golo do Werder Bremen, que, com Hugo Almeida a titular, inaugurou o marcador logo aos quatro minutos, num livre directo transformado por Naldo.
O defesa brasileiro do Bremen surpreendeu a formação bracarense quando formava a barreira, num lance em que o guarda-redes Paulo Santos pareceu mal batido, ao confiar no golpe de vista e deixar passar a bola quando esta se dirigia para a baliza.
O Sporting de Braga podia ter restabelecido a igualdade aos 10 minutos, numa grande penalidade assinalada para punir uma alegada falta de Fritz sobre Linz, que o avançado austríaco desperdiçou, ao permitir a defesa de Tim Wiese.
O Sporting de Braga perdeu a oportunidade para empatar e, aos 16 minutos, foi o Bremen que quase fazia o segundo, não fosse a bola cabeceada por Mertesacker ter embatido no poste, depois de um livre apontado pelo brasileiro ex-FC Porto Diego.
No minuto seguinte, Paulo Santos teve de se aplicar para defender um remate de Markus Rosenberg, que fez a diagonal e atirou sem oposição, voltando a colocar em evidência as dificuldades que a equipa portuguesa sentia para travar o poderia atacante da formação germânica.
O Sporting de Braga procurou sair rápido para o contra-ataque e subir no terreno, mas não conseguiu impor o seu futebol e foi de novo o Bremen quem chegou à baliza rival e fez o golo, num lance nascido de um cruzamento da direita, em que Daniel Jensen aproveitou para, em plena grande área e sem oposição, fazer o 2-0, aos 26 minutos.
Aos 36 minutos, o Sporting de Braga teve nova oportunidade de marcar, ao dispor da segunda grande penalidade da partida, mas, ironicamente, Tim Wiese voltou a defender, desta vez o remate de Jorginho, depois de Matheus ter iludido pela segunda vez o árbitro, ''arrancado'' novo castigo máximo.
A estratégia de 4x4x2 colocada em campo pelo técnico bracarense, Manuel Machado, com Contreras a ''trinco'' para tentar evitar que Diego pegasse no jogo, não sortiu efeito na primeira parte e a equipa lusa chegou ao intervalo a perder por duas bolas de diferença, que poderia ter anulado, não fosse a falta de eficácia na marcação dos penáltis.
No segundo tempo, as equipas entraram com os mesmos ''onzes'' da primeira parte e o Sporting de Braga começou a tentar impor-se a meio-campo, com os jogadores a pressionarem mais o homem que tinha a bola, enquanto o Bremen procurava manter a bola longe da baliza e conservar a vantagem de dois golos.
Aos 62 minutos, Machado mexeu pela primeira vez na equipa, fazendo entrar Stélvio Cruz para o lugar de Pablo Contreras, que denotou alguma falta de entrosamento e rotina no lugar de ''trinco'', e aos 68 colocou Wender no lugar de Matheus.
Mas foi o Werder Bremen quem criou de novo perigo, com Hugo Almeida a corresponder ao segundo poste a um cruzamento da direita, mas a cabeçada do internacional português foi travada por Paulo Santos.
Na resposta, o Sporting de Braga chegou rapidamente à área contrária e Linz teve uma boa oportunidade nos pés, mas o remate de primeira do austríaco, após cruzamento de Wandinho para o segundo poste, foi à malha lateral.
Aos 79 minutos, Hugo Almeida atirou uma ''bomba'' num livre directo de fora da área, com a bola a sair à figura de Paulo Santos, que defendeu para a frente e depois esticou-se para evitar que a recarga de Rosenberg tivesse sucesso.
O jogo manteve-se com o resultado inalterado até perto do final, quando Hugo Almeida fez o gosto ao pé e estabeleceu o 3-0 final, transformando com êxito uma grande penalidade assinalada pelo grego Georgios Kasnaferis, já em período de desconto (95), para punir uma alegada mão de um defesa bracarense.
Se com o 2-0 as coisas já estavam complicadas para o Sporting de Braga, tendo em vista o jogo da segunda mão, ainda pior ficaram e deixaram a formação portuguesa dependente de um resultado praticamente impossível - precisa de vencer com quatro golos de vantagem - para seguir em frente na prova.
LUSA