Cristiano Ronaldo é desde já a grande figura do Mundial de futebol de 2018, a ‘trisar’ pela primeira vez em fases finais e a obrigar em Sochi a antiga campeã Espanha a ceder um empate a Portugal (3-3).
O empate entre a seleção do ‘tiki-taka’, uma das maiores favoritas, e os lusos, deixou claramente para segundo plano as vitórias tangenciais (1-0) do Irão, de Carlos Queiroz, sobre Marrocos, com um autogolo, e do Uruguai sobre o Egito, mesmo no fim da partida.
No ‘duelo’ ibérico, Cristiano Ronaldo acrescentou um pouco mais à sua 'lenda', com três golos de feitura diferente - um de grande penalidade (04 minutos), outro com a ‘colaboração’ de De Gea (44) e outro ainda com um primoroso livre direto, digno dos maiores elogios (88).
A Espanha teve mais posse de bola e executou muitos mais passes, enviou uma bola ao poste e criou um par de outras situações. Mas o 'homem do jogo' é, sem qualquer contestação, o madeirense.
Numa noite, marcou tantos golos quantos tinha nos outros três Mundiais já disputados. Com seis golos, isolou-se em segundo na lista portuguesa de sempre e já pode começar a sonhar em alcançar Eusébio.
Além disso, torna-se o quarto homem na história dos Mundiais a 'faturar' em quatro edições consecutivas - mais um feito para a sua já 'interminável' lista.
Do lado de Espanha, fica um bom jogo - mais um sem perder, a sequência sobe para 21 - com a mácula de o primeiro golo (24) ser precedido de uma falta de Diego Costa sobre Pepe, a que o árbitro e também o VAR fizeram vista grossa.
Diego Costa bisou (55) e assim está em segundo na lista de marcadores, a par do russo Cheryshev e logo atrás do madeirense. O outro golo, um belíssimo pontapé de longe, foi obra de Nacho (58).
A Espanha mostrou não se ressentir da saída 'de última hora' do treinador Julen Lopetegui, substituído por Fernando Hierro, e Portugal mostrou resiliência, a prometer mais contra o Egito ou o Irão, as outras equipas do Grupo B.
Fernando Santos tem evidentes razões para sorrir - este é um bom arranque na prova - e Carlos Queiroz também, ao levar o Irão à primeira vitória em Campeonatos do Mundo nos últimos 20 anos.
Quando o 'nulo' parecia inevitável em Ecaterimburgo, um lance infeliz de Bouhaddouz, aos 90+5, acabou por dar a segunda vitória ‘mundialista’ de sempre aos iranianos, depois do triunfo por 2-1 sobre os Estados Unidos em 1998.
Marrocos, mesmo sem deslumbrar, foi 'mais equipa' e acabou por sofrer um duríssimo revés nas suas ambições: Portugal e Espanha serão adversários muito mais difíceis.
No Grupo A, acertou-se calendário, após o 5-0 de quinta-feira da Rússia à Arábia Saudita. Em São Petersburgo, não foi simples o triunfo do Uruguai sobre o Egito e foi necessário chegar-se aos 89 minutos para aparecer o golo, num cabeceamento do central José María Giménez.
O Uruguai, sem Maxi Pereira nem Coates, consegue um importante triunfo que lhe 'escancara' a passagem aos oitavos de final, partindo do princípio de que também bate a frágil Arábia Saudita.
Quanto ao Egito, não fica já derrotado de vez e espera pela recuperação do seu jogador genial, Mohamed Salah, lesionado na final da Liga dos Campeões. Ainda não jogou hoje, mas já esteve no banco.