O treinador do Vitória de Guimarães, Manuel Cajuda, desvalorizou hoje o clima de animosidade que estará a ser criado na Madeira para o embate de sábado contra o Nacional, da 19ª jornada da Liga de futebol.
“Estive na Madeira (treinador do Marítimo) e aprendi a conhecer os madeirenses, que são fantásticos, assim como os adeptos do Nacional”, disse hoje o técnico, na abertura da conferência de imprensa de antevisão do jogo de sábado.
O jogador brasileiro Alonso admitiu esta semana que o Nacional que vingança, depois dos desaires para o campeonato e a Taça, ambos por 1-0, mas Manuel Cajuda desvalorizou: “vou tentar ganhar, como também me parece lógico que o Nacional tente”.
Nos dois desaires, os insulares queixaram-se das arbitragens e no final do último encontro, há menos de um mês, o treinador da equipa insular, o sérvio Predrag Jokanovic, prometeu mesmo que iria pagar do próprio bolso o prémio de jogo em caso de vitória.
“O futebol e o desporto ensinaram-me a ter adversários e não inimigos. Não acredito que o povo da Madeira nos queira maltratar. Vai ser um jogo difícil, mas no desporto não há direito a vinganças, mas a disputas”, frisou.
Manuel Cajuda afirmou que o Nacional tem um “colectivo muito bom e uma excelente equipa, muito bem orientada”: “foi das equipas que mais trabalho nos deu, mas vamos jogar para ganhar, como nos jogos anteriores, porque quando isso acontece ganha-se mais vezes”.
Quanto à eliminação da Taça de Portugal, domingo, às mãos do Vitória de Setúbal, e sobre possíveis consequências negativas no grupo, Cajuda garantiu: “ninguém ficou afectado, nem me parece que se possa estar desiludido com a época do Vitória de Guimarães”.
O treinador fez ainda questão de frisar que a equipa vimaranense está no terceiro lugar por “mérito próprio”, mas que o mais importante é que façam justiça ao grupo de trabalho no final da época, mesmo que, “por milagre”, a equipa falhe a Europa.
Se, nessa eventualidade, as pessoas classificarem a época como um fracasso, Cajuda foi claro: “terei de rever a minha posição enquanto técnico. Quando vim para cá foi para restituir aos vimaranenses a alegria, o amor-próprio, a satisfação, a liberdade e o gosto de serem do Vitória e isto está a ser seguramente alcançado”.
O treinador reconheceu ainda uma cota parte de culpa na forma como abordou o jogo com o Benfica, há duas jornadas. “se tivéssemos empatado estaríamos hoje no segundo lugar. O erro foi meu porque quis ganhar o jogo, incitei os jogadores para isso, quis mais do que poderia ter conseguido”.
“Tenho de pedir menos euforia aos adeptos, mas sinto-me mal por ter este discurso frio, sempre a pôr água na fogueira, a parecer que já não tenho ambição. O que eu gostava de falar o que o coração me diz... mas vou manter a situação tranquila até ao final”, disse.
Cajuda finalizou: “não me sinto minimamente pressionado por estar entre Benfica e Sporting, mas é desumano exigirem-me os resultados desses dois ‘monstros’''.