Dois golos nos descontos valeram hoje ao Brasil uma vitória tão justa como sofrida face à Costa Rica (2-0), mais uma seleção que sai do Mundial de 2018 de «cabeça alta».
Com um ‘enorme’ Navas na baliza, os costa-riquenhos deram tudo e estiveram muito perto de contrariar os pentacampeões, mas acabaram por cair ‘depois’ da hora, face aos tentos de Philippe Coutinho, aos 90+1 minutos, e Neymar, aos 90+7.
Os ‘canarinhos’ justificaram o triunfo pela grande segunda parte que fizeram, mas a Costa Rica, como antes o Peru ou Marrocos, pode orgulhar-se do que fez, mesmo sabendo que o terceiro jogo será a ‘feijões’ e não evitará o adeus.
Um remate perigoso de Coutinho, após mau passe de Bryan Ruiz, logo aos três minutos, parecia indicar um Brasil pujante de início, mas foi só ‘fogo de vista’, com a Costa Rica a começar desde muito cedo a ‘emperrar’ o futebol dos ‘canarinhos’.
Os ‘ticos’ tiveram mesmo a grande oportunidade da primeira metade, aos 13 minutos, com Gamboa a ganhar a linha, no lado direito e a tocar atrasado para o remate de Celso Borges, que não saiu muito longe do poste direito.
Até ao intervalo, a resposta do Brasil não apareceu, com a equipa a dar-se muito mal com a agressividade defensiva dos costa-riquenhos, nomeadamente Neymar, que só ‘apareceu’ aos 27 minutos, para deixar a bola fugir para as mãos de Navas.
Com Douglas Costa em vez de Willian, O Brasil entrou para a segunda parte com uma disposição completamente diferente, muito mais pressionante, a jogar com mais velocidade, e as oportunidades começaram a surgir em catadupa.
Gabriel Jesus teve a primeira ocasião, com um cabeceamento à barra, servido por Fagner, aos 49 minutos, seguindo-se, de imediato, um remate de Coutinho salvo milagrosamente por Gamboa e, aos 56, uma defesa ‘enorme’ de Navas, a remate de Neymar.
Com mais espaço, a Costa Rica, já com Bolaños no lugar de Ureña, começou também a tornar-se mais perigosa, em contra-ataque, ameaçando igualmente chegar ao golo, que, aos 67 minutos, Miranda evitou, após grande cruzamento de Bryan Ruiz.
A resposta de Tite foi de risco, com Roberto Firmino no lugar de Paulinho, e o Brasil quase marcou aos 72 minutos, após um erro de Gamboa, em forma de perda de bola para Neymar, que, em excelente posição, falhou o alvo. Por pouco, mas falhou.
Aos 78 minutos, Björn Kuipers ainda assinalou penálti a favor do Brasil, por alegada falta de Giancarlo González sobre Neymar, mas, alertado pelo VAR, foi ver as imagens e alterou a decisão.
Mas, os ‘canarinhos’ não desistiram e chegaram ao golo já nos descontos: Marcelo centrou da esquerda, Firmino ganhou de cabeça e Gabriel Jesus dominou mal, mas assistiu involuntariamente Coutinho, que colocou a bola entre as pernas de Navas.
Finalmente em vantagem, aos 90+1 minutos, o Brasil colocou Fernandinho no lugar de Gabriel Jesus, para segurar o triunfo, mas ainda chegou ao segundo golo, aos 90+7, com Neymar a encostar para a baliza deserta, servido por Douglas Costa.
O jogo terminou pouco depois, com Neymar a ajoelhar-se no relvado, em lágrimas, provavelmente de alívio por um golo que poderá fazer parar as críticas e dar-lhe a tranquilidade necessária para se assumir como uma das figuras da prova.