Shaqiri, nascido no Kosovo, e Xhaka, filho de kosovares emigrados, marcaram hoje os golos com que a Suíça derrotou a Sérvia, por 2-1, o que deixa os helvéticos muito próximo do apuramento no Grupo E do Mundial2018.
Não podia ser mais simbolicamente dolorosa a derrota dos sérvios em Kalininigrado, já que a Sérvia historicamente reivindica o Kosovo como seu território, não reconhecendo a independência unilateral de há 10 anos, aliás a exemplo de metade das nações da ONU.
Xherdan Shaqiri, a estrela maior da Suíça, nasceu no Kosovo há 26 anos e joga em Inglaterra, no Stoke City. A ‘Premier League’ é também o 'palco' habitual de Granit Xhaka, que na semana passada renovou com o Arsenal.
Xhaka nasceu em Basileia, há 25 anos, filho de kosovares fugidos da ex-Jugoslávia - o pai foi mesmo preso político, detido na universidade de Pristina e condenado a seis anos.
Num grupo em que o Brasil desaponta, jogavam duas equipas que vinham de resultados positivos na primeira ronda do torneio - Suíça empatou com a 'canarinha', Sérvia ganhou à Costa Rica - e que sabiam que a vitória de hoje valeria o apuramento, ou quase.
Quando a Sérvia marcou, aos cinco minutos, por Mitrovic, estava 'virtualmente' com seis pontos e apurada. E a Suíça não ficava de fora, mas a depender de terceiros.
Com a reviravolta, conseguida na segunda parte (Xhaka, aos 52, Shaqiri, aos 90), é a Suíça que está melhor, já que fica a um empate com a Costa Rica, enquanto que a Sérvia vai para 'mata-mata' com o Brasil - só uma nada previsível vitória costa-riquenha abre o caminho a outro quadro.
Não deve 'sorrir' o Brasil, pois que a Sérvia mostrou talento que chegue para continuar no torneio e dominou durante mais de uma hora.
Ainda não havia cinco minutos de jogo e os adeptos balcânicos já rejubilavam com o golo de Mitrovic, superiormente servido por Tadic - e era já a segunda ocasião para o goleador do Fulham.
O 2-0 esteve perto, aos 44 minutos, com um remate de Tosic, e logo no minuto seguinte se assistiu a uma grande 'perdida' de Tadic.
Mas a Suíça voltou com outra disposição na segunda parte e não tardou muito que o seu golo aparecesse.
No seguimento de uma jogada de Shaqiri que Kolarov frustrou, apareceu Xhaka com um belo remate com o pé esquerdo, sem hipótese para Stojkovic.
Shaqiri ameaçou aos 58 minutos, com a bola a ir à trave e a 'negar' o que seria candidato aos melhores golos do torneio.
Nessa altura, o jogo tinha sentido único, a Suíça não desistia e a Sérvia defendia como podia. Quase que a tática deu resultado, mas, mesmo no fim, uma 'cavalgada' de Shaqiri 'selou' a festa suíça - e também kosovar.
Nada fica perdido, para as duas seleções, mas a Sérvia já não se livra da derrota que não queria sequer imaginar.