O presidente do Sporting foi hoje à Assembleia Geral do clube em que os sócios votam a sua continuidade ou destituição.
Bruno de Carvalho chegou cerca das 19:00 à Altice Arena, em Lisboa, e dirigiu-se à Mesa, onde falou com o presidente da Mesa da Assembleia Geral (MAG), Jaime Marta Soares, mas não falou aos sócios.
O presidente do Sporting tentou falar aos sócios, mas a MAG comunicou-lhe que o período de intervenções já tinha terminado.
Bruno de Carvalho manteve-se então junto do palco onde está instalada a Mesa e perto das urnas, e acabou por votar às 20:05, alguns minutos antes de ser dada ordem de encerramento do recinto, sendo permitida a votação a quem já estava nas filas.
Depois de Bruno de Carvalho ainda votaram o empresário Álvaro Sobrinho, líder da Holdimo, segundo maior acionista da SAD do Sporting, e Artur Torres Pereira, presidente da Comissão de Gestão nomeada pela MAG para substituir o Conselho Diretivo, entretanto suspenso.
O interior do recinto onde decorre a votação está sob vigilânica de dezenas de agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP) e elementos de uma empresa de segurança privada.
Suspenso de funções pela Comissão de Fiscalização nomeada pela MAG, Bruno de Carvalho tinha dito que não marcaria presença na reunião magna.
A AG foi convocada com o objetivo de decidir o afastamento ou a continuidade de Bruno de Carvalho, figura central de uma crise que se agudizou com a perda do segundo lugar na I Liga de futebol e a invasão de adeptos à Academia do Sporting, em Alcochete.
Bruno de Carvalho, que em fevereiro viu uma larga maioria de sócios legitimar o seu mandato - aprovando alterações aos estatutos e ao regulamento disciplinar, e a continuidade dos órgãos sociais - é o primeiro presidente a enfrentar a possibilidade ser afastado em quase 112 anos de história do clube.
Eleito em 2013 e reconduzido em 2017, Bruno de Carvalho considerou, desde o início, que a AG é ilegal, e garantiu, mais tarde, que não marcaria presença no plenário que decorre na Altice Arena, em Lisboa, desde as 14:00.
Em vésperas da AG, o presidente ‘leonino’ afirmou que se afasta do cargo se a sua destituição for votada de forma fidedigna.
A AG foi convocada por Jaime Marta Soares em 24 de maio, numa altura em que presidente da Mesa da Assembleia Geral (MAG) já tinha dito publicamente que se demitira, embora nunca tenha formalizado o pedido.
Além da MAG, o clube ficou também sem quórum no Conselho Fiscal e Disciplinar (CFD), e o Conselho Diretivo (CD), liderado por Bruno de Carvalho, perdeu seis membros.
A maioria dos pedidos de demissão surgiram logo após 15 de maio, dia em que vários futebolistas do plantel e elementos da equipa técnica e do staff foram agredidos na Academia por cerca de 40 adeptos encapuzados, dos quais 27 foram detidos e ficaram em prisão preventiva.
Estes acontecimentos, levaram os futebolistas Rui Patrício, William Carvalho, Gelson Martins, Bruno Fernandes, Battaglia, Bas Dost, Podence, Ruben Ribeiro e Rafel Leão a rescindirem contrato alegando justa causa.