O treinador do Benfica, José António Camacho, considerou hoje que a qualificação para os oitavos-de-final da Taça UEFA em futebol ficou a dever-se à crença dos jogadores, que discutiram a eliminatória com o Nuremberga até ao fim.
“Falei com os jogadores e disse-lhes que a eliminatória ia ser complicada até ao minuto 90 deste jogo. Eles acabaram mesmo por jogar até ao minuto 90 e, por isso, passámos”, afirmou o técnico espanhol, após o empate 2-2 na segunda mão dos 16-avos-de-final, conseguido com dois golos obtidos nos últimos minutos (89 e 92, por Cardozo e Di Maria, respectivamente).
Camacho considerou que na primeira parte o Benfica dominou o jogo, mas no segundo tempo cometeu erros que proporcionaram a Charisteas o primeiro golo, aos 59, e o segundo tento de Saenko, aos 66.
“Na primeira parte, controlámos a partida, mas depois cometemos dois erros que custaram outros tantos golos'', afirmou o treinador do Benfica, para quem a sua equipa ''não teve sorte, até teve azar'', porque também ''falhou golos'' e ''a sorte é quando não se faz nada e se ganha''.
Sobre o próximo adversário do Benfica na Taça UEFA, os espanhóis do Getafe, que hoje venceram o AEK de Atenas por 3-0, depois de um ''nulo'' na primeira mão, Camacho diz que é um ''nada fácil'' e prognosticou uma eliminatória ''equilibrada''.
''Acho que vai ser uma eliminatória muito equilibrada. O Getafe é uma grande equipa, está com muito moral e não vai ser nada fácil. Eles nos últimos anos têm feito boas campanhas em Espanha e estão a fazer uma carreira fantástica na Taça UEFA'', afirmou.
O treinador ''encarnado'' diz que o Benfica entra ''sempre para ganhar'', mas lembrou que ''não tem equipa para ser campeão na Europa''.
''Vamos jogar para ganhar ao Getafe, mas isto não é uma final europeia do tempo em que o Benfica tinha o Eusébio, que era o melhor jogador do Mundo. Nós temos agora grandes jogadores, que têm condições para defender o Benfica e até podemos ir a uma final, mas esta é uma equipa com muitos jogadores novos e ainda por construir'', sublinhou.
Camacho considerou ainda que a equipa jogou hoje melhor com os dois pontas-de-lança em campo (Makukula e Cardozo, que entrou aos 70 minutos), mas refutou que isso tenha sido sempre assim
''Sim claro. Jogou melhor, porque o Makukula estava mais fatigado, mas enquanto esteve em campo fez um trabalho fantástico. Desta vez acabou por ser melhor com dois avançados, mas jogamos já bastantes jogos com um avançado e saimo-nos bem'', disse.
Relativamente ao uruguaio Cristiano Rodriguez, que devia ter sido titular mas devido a uma lesão não se equipou, Camacho opinou que ''a ausência não limitiou a equipa''.
''Ele está de facto lesionado, foi no jogo com a Naval e não recuperou para o encontro'' de hoje, recordou.
Camacho confessou também que ''ainda não disse nada'' a Luís Filipe sobre o erro que proporcionou o segundo golo aos alemães, ''porque não se pode dizer as coisas aos jogadores só de passagem'', mas devalorizou o sucedido: ''Vou animá-lo, porque são coisas que acontecem no futebol. Se houvesse 4-0 a nosso favor, não tinha importância, mas assim estávamos a entregar a eliminatória ao Nuremberga''
Para o técnico do Nuremberga, Thomas Von Heesen, a formação alemã foi a melhor em campo e merecia ter sido ela a passar à fase seguinte da prova.
''Acho que só havia uma equipa que merecia passar esta eliminatória e essa equioa era o Nuremberga. Ninguém acreditava que faríamos um jogo assim contra o Benfica, mas hoje provámos que somos capazes de jogar bom futebol e termos sucesso. Somos um grupo com grande potencial'', afirmou
Sobre o jogo, considerou que a sua equipa ''fez um grande jogo''.
''Lançámos tudo para cima do prato da balança, sem medo de errar e com coragem e dominámos o Benfica, apesar de se tratar de uma grande equipa. É doloroso deixarmos a competição assim, depois de sofrermos um golo aos 89 minutos, que foi trágico para nós'', comentou.