O presidente do Belenenses alertou para a «necessidade urgente» da alteração da lei das sociedades anónimas desportivas (SAD), que proteja os clubes fundadores das mesmas, numa audiência parlamentar na Assembleia da República.
"A lei precisa de ser alterada, nomeadamente no que diz respeito à proteção e garantias dos clubes fundadores. Tem de ter regras sancionatórias no momento em que os clubes perdem a maioria do capital social das SAD's e são desrespeitados", afirmou Patrick Morais de Carvalho.
O líder dos 'azuis' esteve reunido com a Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, na Assembleia da República, tendo revelado a "preocupação" que os deputados manifestaram perante "o que está a suceder no futebol português".
"Vão inquirir o IPDJ (Instituto Português do Desporto e Juventude) e o secretário de Estado do Desporto relativamente a esta matéria. Vão também inquirir o IPDJ sobre as condições e o porquê de ter alugado o complexo nacional do Jamor a uma sociedade", revelou, referindo-se ao facto de a equipa profissional dos 'azuis' realizar os jogos no Estádio Nacional esta época.
Patrick Morais de Carvalho frisou que o clube vai "continuar a defender os seus interesses" e anunciou reuniões com o secretário de Estado da Juventude e do Desporto e com a Liga de clubes, depois de já ter sido recebido pela Federação Portuguesa de Futebol.
Já no que diz respeito à eventual venda da participação que o clube detém na SAD, foi perentório: "Está tudo em equação e em estudo. Enquanto for presidente do Belenenses, serão sempre os sócios a decidir."
A SAD do Belenenses, controlada pela Codecity Sports Management (CSM) e liderada por Rui Pedro Soares, anunciou que a equipa de futebol vai jogar no Estádio Nacional esta época e acusou a direção do clube de a ter despejado do Estádio do Restelo.
Por seu lado, o clube, liderado por Patrick Morais de Carvalho, refutou a ideia e afirmou que a CSM queria continuar a utilizar o recinto nas mesmas condições que usufruía desde 2012.
A Codecity Sports Management adquiriu a maioria do capital da SAD em 2012 e o Belenenses ficou com uma participação de 10%. Desde então, vigorava um protocolo assinado por ambas as entidades, que cessou no dia 30 de junho, após o qual o clube anunciou a inscrição de uma equipa de futebol sénior nas divisões distritais de Lisboa.