O lateral francês Florent, que representa o Vitória de Guimarães, da I Liga portuguesa de futebol, realçou que a defesa, "ponto forte" na caminhada de França no Mundial2018, pode ser decisiva na final "difícil" com a Croácia.
Depois dos gauleses terem assegurado a terceira final em campeonatos do mundo, com o triunfo sobre a Bélgica (1-0), na meia-final de terça-feira, em São Petersburgo, o defesa vitoriano acha que a França tem mais hipóteses de se sagrar campeã, caso mantenha a postura defensiva até agora exibida na Rússia - sofreu quatro golos em seis jogos.
"Um dos pontos fortes [da França] é a defesa. Acho que tem estado muito bem posicionada, mas isso é um trabalho de toda a equipa. O trabalho defensivo de todos os jogadores é o ponto forte desta equipa. Quando estamos a ver o Giroud e o Griezmann a defender, vemos que a equipa está junta", realçou, na antevisão à final agendada para domingo, às 16:00 de Lisboa, no Estádio Luzhniki, em Moscovo.
O jogador, de 28 anos, disse que esperava, desde o início, ver a França na final, apesar de os jogadores gauleses nunca o terem assumido "diretamente" e, na antecâmara do jogo decisivo, avisou que a formação balcânica vai ser difícil de bater, até pela qualidade do seu meio-campo, com nomes como Luka Modric e Ivan Rakitic.
"A Croácia vai ter mais posse de bola do que a França. Com os médios que eles têm, acho isso normal. Vai ser um combate muito difícil para a França, porque os jogadores da Croácia vão dar tudo até ao fim", anteviu o jogador, que está a cumprir o estágio de pré-época com o restante plantel do Vitória em Quiaios, concelho de Figueira da Foz.
Apesar de se ter referido a Kylian Mbappé, como o "motor" da seleção francesa, "que consegue desequilibrar o adversário", Florent avisou que os 'bleus' podem sentir problemas a defender o lado direito, onde o avançado, de 19 anos, costuma aparecer mais.
"O Mbappé está lá, mas não é bem um extremo. É mais um avançado. Mesmo neste mundial, em que está a ajudar muito o Pavard a defender, é neste corredor que pode haver dificuldades para a França", disse.
Depois de vencer o grupo C, que incluía Dinamarca, Perú e Austrália, a França bateu Argentina (4-3), nos oitavos de final, Uruguai (2-0), nos 'quartos', e Bélgica, nas 'meias', realizando um percurso no qual o mérito coube também ao selecionador, Didier Deschamps.
"O segredo é o treinador. A tática era sempre igual, mas a forma de jogar da equipa adaptava-se a cada equipa. Com a Argentina, estava a jogar em contra-ataque, contra o Uruguai, [o adversário] estava mais fechado. Contra a Bélgica, estava a deixá-la jogar", explicou.
Nascido em 1990, na região da Normandia, o lateral disse ainda lembrar-se do mundial de 1998, que valeu, até agora, o único título à França, nomeadamente da vitória nos penáltis sobre a Itália (4-3), nos quartos de final, da reviravolta na meia-final, com a Croácia (2-1), e, sobretudo, da vitória sobre o Paraguai (1-0), nos 'oitavos', com um golo de 'ouro' de Laurent Blanc, aos 114 minutos.
Incentivado por essa geração de jogadores a seguir uma carreira de futebolista, Florent chegou a Portugal há sete anos, para representar o Leixões, da II Liga, e também disse recordar-se da derrota francesa ante a seleção das 'quinas' no Euro2016 (1-0), a que assistiu com a esposa, portuguesa.
"Estávamos na Suíça. Foi diferente. Ela estava a torcer por Portugal. Eu pela França. Foi tranquilo", disse.
Com a França novamente na disputa de um título, o jogador adiantou que vai assistir ao jogo novamente com a família e que espera ver os 'bleus' conseguirem um resultado "igual ao de há 20 anos atrás", quando derrotaram o Brasil, por 3-0, na final do primeiro mundial a que assistiu.