Um golo de Cervi disfarçou hoje as debilidades ofensivas do Benfica e colocou os 'encarnados' em vantagem no confronto com o Fenerbahçe (1-0), na primeira mão da terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões de futebol.
O extremo argentino anotou o único tento aos 69 minutos, capitalizando o domínio exercido pelas 'águias' na partida, mas também consentido por um adversário que nunca quis arriscar sair da sua 'zona de conforto', parecendo claramente satisfeito com um resultado que lhe permitisse decidir a eliminatória na próxima semana, na Turquia.
Rui Vitória confirmou aquilo que já se previa, ao apresentar o mesmo 'onze' que defrontou o Lyon no último jogo de preparação, no qual os 'encarnados' perderam por 3-2: Vlachodimos arrancou a época oficial como dono da baliza, Gedson Fernandes manteve-se no trio de meio-campo e a Ferreyra ficou destinada a função e, sobretudo, a responsabilidade de render Jonas, que poderá estar perto de abandonar a Luz.
O avançado argentino voltou a ser uma autêntica 'ilha', tal era o isolamento perante o resto da equipa, que raras vezes conseguiu ter capacidade para 'romper' uma equipa do Fenerbahçe muito distante do poderio de outros anos.
Os problemas identificados desde a época passada e que tiveram sequência nesta pré-temporada mantiveram-se bem visíveis, algo que é de difícil compreensão, tendo em conta que sete dos jogadores que entraram de início já trabalham com Rui Vitória há, pelo menos, duas temporadas.
No entanto, foi um dos mais novos, Gedson, a construir uma boa ocasião logo no arranque, só que Cervi foi derrubado dentro da área e não conseguiu dar sequência ao lance.
O jogo do Benfica assentava em muita correria e muitos cruzamentos, sem consequências de maior para o conjunto de Istambul, que se limitava a ocupar os espaços e a tentar explorar um ou outro contra-ataque que os 'encarnados' permitiam.
Ainda assim, Ferreyra, mesmo sozinho na frente, conseguiu beneficiar de duas ocasiões. Numa primeira Skrtel roubou-lhe o 'pão da boca' e, na segunda, em cima do intervalo, ganhou no físico a Neustadter, colocou-se em boa posição, mas permitiu defesa fácil a Volkan Demirel.
O guardião internacional turco voltaria a ser colocado à prova, desta feita por Salvio, mas, sem verem efeitos práticos no futebol que a equipa jogava, o descontentamento dos adeptos subiu de tom no momento em que Rui Vitória, que esteve sempre muito impaciente no banco, tirou Ferreyra para lançar Castillo.
Com o chileno na frente, o Benfica ganhou maior poderio físico, mas seria um dos 'levezinhos', Cervi, a desbloquear o marcador, a 20 minutos do final, ainda que com algumas responsabilidades para Demirel.
Mesmo em desvantagem, o Fenerbahçe só atacava pela certa e, na fase final, Demirel teve de se opor aos remates de Castillo e não se livrou de um valente susto, quando André Almeida surgiu de rompante na área e tentou ludibriá-lo com um desvio que quase dava golo.
O único lance de perigo dos turcos surgiu já em tempo de compensação, através de um remate do recém entrado Baris Alici, mas perfeitamente controlado por Vlachodimos, guardião que quase poderia ter entrado para a contabilidade dos mais de 57.000 espetadores que estiveram na Luz, tal foi a tranquilidade que os visitantes lhe proporcionaram durante o encontro.