Crónica: Alex Telles evita novo ‘tropeção’ do FC Porto em Lisboa ao ‘cair do pano’

Após duas épocas seguidas a deixar pontos no Restelo (0-0 em 2016/17 e 0-2 em 2017/18), os portistas estiveram perto de deixar dois pontos no Jamor, não fosse o golo ‘fora de horas' do lateral esquerdo, numa grande penalidade assinalada por Carlos Xistra com recurso ao videoárbitro.

Os ‘dragões' até estiveram em vantagem por 2-0, com tentos de Diogo Leite (26 minutos) e Otávio (46), mas Fredy (55) - também da marca de penálti e com recurso ao visionamento de imagens - e Keita (83) empataram a partida, num encontro em que o Belenenses provou que é possível ser ambicioso, ter a ‘mira' apontada à baliza e não recorrer a ‘autocarros' que, podem ou não, aguentar com o ‘embate' dos ‘grandes' durante 90 minutos.

Os campeões nacionais seguiram, assim, os ‘passos' dos rivais Benfica e Sporting, e somam duas vitórias no mesmo número de jornadas, tendo a possibilidade de retirar dividendos do dérbi lisboeta da próxima ronda.

A boa resposta da equipa frente ao Desportivo de Chaves, mesmo sem Marega e Soares, levou Sérgio Conceição a apresentar o mesmo ‘onze' no Jamor, com Otávio a assegurar as despesas ofensivas do lado direito e André Pereira a formar dupla de ataque com Aboubakar.

Já o Belenenses arrancou o encontro com uma alteração em relação à partida em Tondela, tendo Silas lançado Licá para o lugar de Reinildo, mas foi Keita a colocar os primeiros problemas à defensiva portista, valendo para os ‘dragões’ a falta de pontaria do avançado.

De resto, o conjunto de Belém estava confortável no jogo, mesmo perante algumas iniciativas dos ‘dragões' que não levavam perigo de maior à baliza de Muriel. O mesmo não poderá dizer Casillas, que quase era traído por um atraso de Felipe, que causou ‘calafrios' ao guardião espanhol.

Contudo, o registo habitual do FC Porto, com muitos cruzamentos para os homens mais adiantados, começou a fazer alguma ‘mossa' no Belenenses, desde logo com um cabeceamento de André Pereira à barra.

Era o aviso do que viria a suceder pouco depois, quando o 0rei' das assistências do último campeonato, Alex Telles, apontou um livre a ‘régua e esquadro' para a cabeça de Diogo Leite e proporcionou o primeiro tento ao jovem central pela equipa principal.

Os riscos assumidos pelo Belenenses na fase inicial da construção ainda permitiram ao FC Porto algumas recuperações em zonas adiantadas, mas foi logo no arranque da etapa complementar que os ‘azuis e brancos' aproveitaram um mau atraso de Dálcio, que deixou Otávio com caminho aberto para aumentar a contagem.

Ainda assim, a formação orientada por Silas não se coibiu de procurar o golo e reduziu mesmo a desvantagem. O árbitro Carlos Xistra socorreu-se do monitor à disposição, viu uma mão de Diogo Leite dentro da área e apontou para a marca de grande penalidade, de onde Fredy não ‘tremeu'.

O empate só não surgiu de seguida porque Casillas se opôs ao remate de Licá, da mesma forma que Brahimi também perdeu o duelo com Muriel na ponta oposta. O jogo estava ‘partido' e Casillas voltaria a brilhar perante Keita, só que nada poderia fazer quando o avançado correspondeu da melhor forma a um cruzamento de Fredy e empatou as contas.

Lançado por Sérgio Conceição na segunda parte, Corona tentou recolocar os ‘dragões' em vantagem, mas o remate saiu por cima do alvo, e, quando tudo apontava para uma igualdade, surgiu o lance que decidiu o jogo: Herrera rematou, a bola embateu no braço de Henrique Almeida e Alex Telles arrecadou os três pontos para o FC Porto.