O espanhol José António Camacho demitiu-se hoje do cargo de treinador da equipa de futebol do Benfica, alegando falta de motivação dos jogadores e admitindo a sua impotência para contrariar a situação.
''Vai haver uma mudança na direcção desportiva da equipa. Acho que é o melhor para a equipa. A falta de motivação que vejo nos jogadores não é normal'', afirmou Camacho, justificando a demissão com o facto do Benfica ''precisar de mais alguma coisa''.
O técnico lembrou que o Benfica tem seis empates e uma derrota em casa e sublinhou ''estranhar a atitude dos jogadores'', razões que o levaram a pedir ao presidente para sair, ''para que os jogadores rendam mais''.
O presidente do clube lisboeta, Luís Filipe Vieira, acompanhou o treinador na conferência de imprensa que se seguiu ao empate 2-2 com a União de Leiria, anunciando que a decisão de Camacho é ''irreversível'', apesar de a Direcção o ter ''tentado demover''.
''Não estávamos minimamente preparados para uma coisa destas'', admitiu Vieira, acrescentando: ''Já passámos por momentos mais graves do que estes, mas, neste caso, não podemos fazer mais nada''.
O presidente ''encarnado'' aproveitou o momento para realçar que a ''amizade continua intacta'', pois ''é raro encontrar pessoas como Camacho no futebol'' e profetizou que voltarão ''a cruzar caminhos no futuro''.
Luís Filipe Vieira não adiantou quem assumirá o comando técnico da equipa até à contratação de um novo treinador, mas revelou que ainda esta noite a Direcção da SAD do Benfica vai reunir e que ''brevemente haverá mais notícias para os adeptos''.
O Benfica, que protagonizou a primeira ''chicotada psicológica'' da época, logo na jornada inaugural, quando Camacho substituiu Fernando Santos, ocupa a segunda posição do campeonato, com 40 pontos, a 14 do líder e bicampeão FC Porto.