Edgar Welker, que ocupava interinamente a presidência da Associação de Futebol do Uruguai (AUF), renunciou ao cargo por considerar terem-se esgotado os esforços para encontrar uma saída para pôr termo à intervenção da FIFA no organismo.
O dirigente passou a ocupar a presidência da AUF após a renúncia de Wilmar Valdez, que em 30 de julho apresentou a demissão e a desistência à recandidatura ao cargo, alegando razões “estritamente pessoais e familiares”.
Em declarações à imprensa, Edgar Welker indicou que decidiu prolongar por mais uns dias o seu mandato, que terminava em 21 de agosto, na expetativa de que fosse “encontrada uma saída” para a atual situação, o que não se veio a verificar.
A FIFA assumiu o controlo da AUF até fevereiro de 2019, devido a irregularidades no processo eleitoral para a presidência daquele organismo sul-americano, e nomeou um comité de regularização.
A medida da FIFA, presidida por Gianni Infantino, implica que o “comité de regularização irá atuar como comissão eleitoral” através de decisões “firmes e vinculativas”.
A acusação de incumprimento em relação aos requisitos de transparência surgiu no final de julho, quando foram descobertas gravações áudio que alegadamente comprometiam Wilmar Waldez, líder da federação e único candidato às eleições de 31 de julho, depois de superar o exame de idoneidade da Confederação Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL), ao contrário dos outros dois candidatos: Arturo del Campo e Eduardo Abulafia.
A polémica levou à renúncia de Wilmar Waldez do cargo em 30 de julho e à abertura de um inquérito por parte do Ministério Público do Uruguai. A presidência foi assumida provisoriamente por Edgar Welker, sendo que CONMEBOL e FIFA já acompanham a situação há quase um mês.
Contudo, os clubes uruguaios e Edgar Welker já vieram contestar esta intervenção da FIFA no órgão federativo do futebol do seu país e revelaram ter feito um pedido de explicações a Gianni Infantino. O presidente do Defensor Sporting, Daniel Jablonka, deu voz a esse protesto e disse à agência EFE que a medida da FIFA causou “grande estranheza”.