O FC Porto pode ter ficado hoje a apenas uma vitória do “tri”, se os próximos resultados dos adversários directos forem favoráveis, após triunfo sofrido e imerecido (2-1) frente ao Leixões, na 23ª jornada da Liga de futebol.
Dezasseis anos após a última visita a Matosinhos, o FC Porto pode queixar-se, contudo, da tremenda exibição do guarda-redes Beto que, com duas defesas fantásticas, permitiu que o conjunto local fosse para o intervalo com um “nulo”.
Depois disso, a equipa do interino António Pinto marcou, aos 52 minutos, por intermédio de Roberto e poderia mesmo ter aumentado por Jorge Gonçalves, mas a eficácia de Lisandro Lopez e Tarik, aos 77 e 85, acabou por ditar o desfecho final.
A formação matosinhense (dois pontos nos últimos quatro jogos), que não perdia em casa desde a sétima jornada (1-0, com a Naval), foi incapaz de dar sequência aos empates com os “grandes”, mas mantém a 14ª posição e todas as possibilidade de permanecer na elite do futebol português.
Os “azuis-e-brancos” ficam agora a aguardar pelo resultado de domingo do Benfica, na Madeira, podendo mesmo festejar daqui a 15 dias, na próxima ronda, o título anunciado, em Belém, caso os resultados dos adversários sejam favoráveis às suas intenções.
Sem Paulo Assunção e Bosingwa, o treinador do FC Porto chamou João Paulo para o meio-campo, juntamente com Raul Meireles e Lucho Gonzalez, colocando Fucile na direita da defesa, ao lado de Pedro Emanuel, Bruno Alves e Marek Cech.
Helton apareceu naturalmente na baliza, ficando o ataque a cargo de Lisandro, Farias e Quaresma. Jesualdo Ferreira optou por deixar Tarik Sektioui no banco.
O Leixões, também em 4x3x3, embora de maior contenção, apareceu com Beto na baliza, uma defesa com Nuno Silva, Joel, Elvis e Nuno Amaro, um meio-campo composto por Bruno China, Filipe Oliveira e Castanheira, ficando Jorge Gonçalves e Hugo Morais no apoio ao avançado centro Roberto.
Sossegado na liderança, o FC Porto entrou na partida a apostar na pressão inerente à 14ª posição ocupada pelo Leixões e criou duas boas oportunidades nos primeiros instantes de jogo: aos seis minutos, Lisandro rematou ao lado e, aos 16, na sequência de uma excelente jogada, Quaresma desenhou nova “trivela” e obrigou Beto a uma defesa fantástica, com Farias na zona e pronto para a recarga.
Timidamente, o Leixões respondeu com um remate de Filipe Oliveira por cima, aos 26 minutos, mas foi de novo a FC Porto a criar perigo intenso, quando Lisandro rematou na “cara do golo” e Beto demonstrou generosa eficácia, quase por instinto.
No segundo tempo, o Leixões entrou a pressionar de forma mais contundente e inaugurou mesmo o marcador, aos 52 minutos: depois de uma jogada de insistência, Hugo Morais cruzou da esquerda e Roberto desviou a bola de Helton, com um toque subtil à entrada da pequena área.
Jesualdo Ferreira apostou então quase tudo na entrada de Tarik (saiu João Paulo, aos 55 minutos), mas o Leixões continuou mandão e podia mesmo ter aumentado, aos 59 minutos, com Jorge Gonçalves, isolado, a permitir a Helton uma saída eficaz, já fora da área.
O técnico interino António Pinto reforçou o meio-campo com a chamada de Jorge Duarte, Jesualdo apostou em Adriano para o posto de Farias, e Lisandro, como já é habitual, deixou a marca argentina no FC Porto, ao apontar o golo do empate, aos 77 minutos.
Aos 82 minutos, Lisandro cabeceou inexplicavelmente ao lado, após cruzamento de Fucile e, aos 85, Tarik, em posição duvidosa, isolou-se, fez um “chapéu” a Beto e sentenciou o resultado final.