Um dia após completar 36 anos, Rui Costa bisou frente ao penúltimo da geral, o Paços de Ferreira, confirmando a primeira vitória do Benfica este ano na Luz para a Liga portuguesa de futebol, por 4-1, e o primeiro triunfo da “era” Fernando Chalana.
Depois das vitórias do FC Porto (2-1 frente ao Belenenses), do Sporting (com a Naval, 4-1) e do triunfo de sexta-feira do Vitória de Guimarães sobre o Marítimo, por 1-0, no jogo que abriu a 24ª jornada, o Benfica sabia que tinha de vencer para não perder fôlego na luta pelo segundo lugar.
Chalana apostou em Katsouranis para o posto de Luisão e Rui Costa, um dia após ter cumprido 36 anos, surgiu a interior esquerdo, com Rodriguez a desempenhar as funções de “10” e o esquema baralhou a equipa orientada por José Mota.
O Benfica marcou primeiro por Cristian Rodriguez, aos 24 minutos. Um golaço que começa com um roubo de bola de Petit a Pedrinha a meio-campo, com Rodriguez a pegar na bola e a disparar um “míssil” na direcção de Peçanha, a uns 30 metros da baliza dos ''castores''.
Um lance que certamente fará os dirigentes do Benfica pensar se não valerá, de facto, accionar a “opção” pelo passe do uruguaio.
Na resposta, aos 37, o Paços perde uma ocasião soberana, quando o esquerdino Cristiano acerta no “ar”, em plena área benfiquista, acossado por Nélson, e, no lance seguinte, pediu-se “penalti” na Luz, quando Mangualde tocou com o braço num cruzamento de Leo.
Elmano Santos não deu razão aos adeptos “encarnados”, mas, aos 40, apontou para a marca de castigo máximo quando Cristiano tropeçou na sua própria perna, num lance em Nelson corria na sua peugada. Wesley, chamado a converter, empatou o marcador.
Na contestação do lance, Rui Costa e Nuno Gomes foram sancionados com o cartão amarelo.
Ainda antes do intervalo, o Benfica poderia ter voltado à vantagem no marcador, quando, sobre os 45 minutos, Cardozo atirou ao lado de cabeça, após mais um cruzamento de Leo.
No reatamento, Cristiano causou a primeira situação de perigo, ao atirar às malhas laterais, aos 57 minutos, e o Benfica respondeu de seguida, aos 59, com Cardozo a falhar o remate, no coração da área, após uma boa assistência de Nuno Gomes.
O Benfica carregava à procura do golo da vitória e Cardozo acabou mesmo por marcar, com felicidade, num remate fraco que encontrou o corpo de Mangualde, acabando por trair Peçanha. Foi o 20º golo do paraguaio, o 11º na Liga portuguesa.
Depois, começou o recital Rui Costa. O “maestro” sentiu que era a altura de começar a celebrar o 36º aniversário e, aos 75, cobrou de forma exemplar um livre directo a 30 metros da baliza de Peçanha, fazendo o esférico entrar no canto superior direito.
A quebra anímica do Paços, cada vez mais condenado à despromoção, era evidente e, aos 85, Rui Costa fixou o resultado com um raro golo de cabeça, após cruzamento de Rodriguez, no flanco esquerdo, com o guarda-redes Peçanha a ficar mal na “fotografia”.
Até final, registo ainda para um remate à figura de Mantorras que, aos 79 minutos, rendeu Nuno Gomes, após um bom lance individual de Binya, que também entrara para o lugar de Cardozo, aos 85.