João Loureiro manifestou ''toda a disponibilidade'' para colaborar com os actuais responsáveis do Boavista na defesa contra as acusações da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) relativas a três casos de corrupção decorrentes do processo Apito Dourado.
A informação foi avançada hoje pelo presidente da SAD boavisteira, em conferência de imprensa efectuada no auditório do Estádio do Bessa, no Porto, na qual também compareceu o presidente do clube, Joaquim Teixeira.
Álvaro Braga Júnior confirmou que o Boavista recebeu ontem as notas de culpa emitidas pela Liga por alegada coacção consumada sobre as equipas de arbitragem nos jogos Benfica-Boavista (3-2), Belenenses-Boavista (1-1) e Boavista-Académica (0-0), da época 2003/04.
João Loureiro era o presidente do clube e da SAD na altura em que os factos ocorreram. O anterior dirigente é acusado nos dois primeiros processos, o que lhe pode valer uma suspensão por um período de um a oito anos e uma multa entre 2.500 e 25.000 euros.
Álvaro Braga Júnior adiantou que o Boavista está agora a recolher elementos para se defender de uma acusação que é punível com a descida de divisão.
''O caso está entregue a dois advogados competentes'', informou o mesmo responsável. Trata-se de Adelina Trindade Guedes, que é aliás administradora da SAD boavisteira, e Carlos Quaresma.
O Boavista tem cinco dias úteis para responder às notas de culpa da Liga.
Tal como havia declarado à Agência Lusa, Álvaro Braga Júnior reafirmou hoje que os processo relativos àqueles jogos foram arquivados pelo Ministério Público, um dos quais já pela equipa liderada pela procuradora Maria José Morgado. ''Esse despacho será a nossa melhor defesa'', realçou ainda.
O responsável acredita que o Boavista vai ter o ''conforto da razão'' neste caso e lembrou que o clube ''não ganhou nenhum desses jogos''.
Para Carlos Quaresma, ''o importante é aferir-se se a coacção foi ou não consumada'', porque ''uma coisa é a consumação e outra é a tentativa de coacção''. Se houve consumação, como acredita a Liga, a sanção prevista é a descida de divisão mais uma multa, caso contrário a pena fica-se por perda de pontos mais multa.
Joaquim Teixeira admitiu que, ''eventualmente, este processo pode condicionar'' o aparecimento de investidores, com os quais o clube conta para resolver os seus problemas financeiros. O Boavista tem um passivo acumulado de cerca de 80 milhões de euros.
O presidente boavisteiro adiantou que no dia 14 poderá haver novidades sobre esta matéria. O dirigente considerou sempre que era prioritário encontrar um ou mais ''investidores para a SAD'' e também para ''rentabilizar todo o espaço envolvente do Bessa''.