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Presidente da APAF critica regulamento disciplinar da Liga por ser pouco punitivo

O presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) apontou o dedo ao novo regulamento disciplinar da Liga por este ser pouco punitivo para com os clubes em relação à violência sobre os árbitros.

Presidente da APAF critica regulamento disciplinar da Liga por ser pouco punitivo
Futebol 365

“Não posso deixar de demonstrar o nosso desagrado por na AG [Assembleia Geral] da FPF [Federação Portuguesa de Futebol] para retificação do regulamento disciplinar da Liga, a APAF e os delegados da arbitragem terem sido os únicos a votarem contra o referido regulamento, por entendermos que o referido regulamento foi pouco ambicioso, deveria ter sido mais punitivo e exemplar no que diz respeito à perda de pontos e jogos à porta fechada”, afirmou Luciano Gonçalves, durante a AG da FPF que decorreu na passada segunda-feira, dia 29.

De acordo com um comunicado da APAF, o responsável pelo órgão representativo da classe relembrou as “80 agressões no futebol e no futsal que ocorreram nos últimos dois anos” e os escassos resultados práticos “apesar de múltiplas reuniões, iniciativas, tentativas falhadas por falta de união, muito esforço de várias pessoas, incluindo da FPF na pessoa do presidente Fernando Gomes”.

Luciano Gonçalves disse ainda que “a arbitragem distrital está a ficar delapidada pouco a pouco e duvido que estejamos a fazer tudo o que podemos”.

“Estamos cientes que este problema resulta da sociedade atual, onde valores como o respeito e a educação, vão perdendo o seu sentido e significado (…), por isso, devemos fazer os possíveis e impossíveis para terminar de vez com estes atos cobardes que vão destruindo esta ‘família’ no seu local mais puro e mais importante, as bases”, referiu.

O representante dos árbitros lamentou que se tenha posto fim ao policiamento obrigatório que vigorou até 2012, por entender que “iria minimizar muitos destes problemas, principalmente para punir os infratores”, e criticou a existência de regulamentos disciplinares tão díspares e com sanções diferentes, quando “uma agressão é uma agressão, seja em que ponto do país for”.

“Temos de penalizar desportivamente os agressores, quando é o caso, com celeridade, temos de mostrar à sociedade quem são, temos de tornar público as suas punições de forma que seja dissuasor. Não podemos querer esconder as punições ou desvalorizá-las só porque são uma percentagem diminuta”, disse Luciano Gonçalves, que também não compreende que se levem anos a julgar os infratores.

Aponta o dedo aos juízes e aos agentes da autoridade, considerando “inexplicável que existam juízes a desvalorizarem agressões a um árbitro” e que “é incompreensível que juízes digam em pleno julgamento que 700 euros é um valor razoável para compensar uma agressão”.

“É inadmissível que quando existe força policial, esta não assuma que vê uma agressão, porque os elementos que a compõem já sabem que têm de ir testemunhar nos dias das suas folgas”, afirmou.

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