O Benfica segurou hoje o segundo lugar da Liga portuguesa de futebol, mas perdeu dois pontos no Bessa, frente ao Boavista (0-0), num jogo marcado por muita polémica e uma grande actuação do guarda-redes Peter Jehle.
A equipa comandada por Fernando Chalana manteve-se em igualdade pontual com o Vitória de Guimarães, mas passou a contar apenas mais dois pontos do que Sporting, a cinco jornadas do fim, num jogo em que desperdiçou inúmeras ocasiões, sobretudo na segunda parte.
Mau grado não ter havido golos, o encontro foi um hino ao futebol: Petit, Rodriguez, Rui Costa, Cardozo e companhia realizaram uma bela exibição, em especial nos últimos 45 minutos. Neste período, o Boavista pouco mais fez do que defender.
Peter Jehle foi o melhor homem em campo e a ele deve o Boavista, em grande parte, não ter sofrido golos, num encontro em foi claramente dominado pelo Benfica, que também se pode queixar de falta de eficácia e da actuação do árbitro Lucílio Baptista, que terá deixado por marcar duas grandes penalidades.
O Benfica entrou melhor e dominou até cerca dos 20 minutos. Teve mais bola, saiu melhor para o ataque, rematou mais e criou inclusive algumas situações de grande perigo, por Petit (13 minutos), Nuno Gomes (14) e Rui Costa (16).
Acabou-se aí o ascendente do Benfica, pois a equipa treinada por Jaime Pacheco recompôs-se e reequilibrou as operações a meio-campo. No espaço de cinco minutos, os “axadrezados” fizerem tremer o adversário e conquistaram mesmo uma grande penalidade, mas Quim deteve o remate de Jorge Ribeiro, aos 24 minutos.
O encontro manteve-se interessante e por vezes até bem jogado, já com o Boavista a bater-se de igual para igual com o Benfica e a atacar de peito aberto. Os visitantes voltaram a aproximar-se do golo depois da meia hora, num cabeceamento de Cardozo detido por Jehle.
Com Léo muito activo no flanco esquerdo, mas Rui Costa um pouco apagado, por força da marcação a que foi sujeito, Rodriguez teve mais protagonismo e, a um minuto do intervalo, ensaiou um remate parecido com o que lhe valeu um grande golo frente ao Paços de Ferreira, mas Jehle, de novo, opôs-se bem.
O guarda-redes da equipa do Bessa também esteve impecável na segunda parte, pois, aos 48 e 49 minutos, voltou a negar o golo a Cardozo e a Rui Costa com mais duas boas intervenções. O Benfica voltou a começar melhor, mais desinibido e sobretudo rematador.
Por volta dos 60 minutos, a pressão benfiquista acentuou-se e o golo pareceu iminente, mas a defesa boavisteira resistiu estoicamente e, aos 64, quando já os adeptos benfiquista já gritavam golo, Jehle fez duas defesa milagrosas, a remates à queima roupa.
O Benfica jogava então muito bem, em velocidade e de um modo avassalador, fazendo sem dúvida a sua melhor exibição da época. O Boavista ia-se aguentando como podia, com tenacidade e, sem dúvida, também com alguma sorte pelo meio.
O vendaval “encarnado” durou cerca de 20 minutos, com Léo, Petit, Rodriguez e Rui Costa em grande evidência. Só muito raramente o Boavista conseguia sair do seu meio-campo e arranjar espaço para contra-atacar.
Voltou a gritar-se golo aos 76 minutos, quando Nuno Gomes cabeceou para a baliza deserta e, sabe-se lá vindo de onde, Moisés salvou em cima da linha de golo. O Bessa vibrava com o espectáculo, o melhor que se viu esta época no Bessa e um dos melhores da Liga.